sexta-feira, 30 de abril de 2010

23 e algumas horas

Quando eu era mais novinha (porque as pessoas sempre riem quando eu digo "quando eu era menor"), sempre me imaginava com 20 e tantos anos. Pensava que minha vida mudaria num passe de mágica. Tipo, farei 20 anos e no dia seguinte estarei namorando sério com alguém muito legal, com planos de casamento, uma faculdade quase no final e um emprego super interessante. Ah! E morando sozinha. Sempre foi meu sonho.
Aí fiz 20 anos. Nada mágico ou instantâneo aconteceu.
Fiz 21. Nada de novo.
22. Mesma coisa.
23...
Amanhã faço 24. Nada mágico acontecerá, provavelmente.
E eu nem espero nada mágico mesmo, porque, no fim das contas, isso não acontece com ninguém.
A vida quase nunca se transforma no que sonhávamos quando éramos mais novos. Os caminhos mudam, as escolhas mudam ou as circunstâncias nos obrigam a escolher outras coisas e a vida segue rumos totalmente diferentes do que "deveria" seguir.
As coisas que eu achava que surgiriam de um dia para o outro, como mágica, não surgiram. Quer dizer, surgiram, sim. Mas nada foi de um dia pro outro.
Eu estudei em uma ótima faculdade e me orgulho muito disso. Larguei o curso quando faltava pouco, muito pouco, para terminar e, sinceramente, também me orgulho muito disso. Larguei porque eu consegui um bom emprego e não seria possível ter o bom emprego e continuar na ótima faculdade.
O bom emprego, na verdade, nunca foi o emprego dos meus sonhos. É burocrático e eu nunca sonhei com um emprego que me mantivesse presa atrás de uma mesa cheia de papéis e que me desse calo nos dedos de tanto carimbar e assinar meu nome em roda-pés de papéis que eu nem sabia que existiam. Mas, enfim, paga o salário que eu preciso para realizar aquele antigo desejo: morar sozinha.
O namorado super legal que eu achei que fosse ter aos 20 anos, eu não tive. Passei alguns anos sozinha, curando dores de amor e me machucando com amores que nunca dariam certo.
O namorado super legal que eu achei que teria aos 20 anos, na verdade, só chegou uns anos depois. E é com ele que eu planejo casamento e coisas que os casais que se amam planejam juntos.
Com tudo isso, percebi que por mais que eu planeje, quase nada vai dar certo como eu quero. Vai dar certo como pode ser. E nada de mágico acontece, porque instantâneo na vida, só miojo.
As coisas que eu queria para os meus 20 anos, eu tenho agora, com quase 24. Não exatamente como eu queria, mas tenho tudo na medida exata para me fazer feliz.
E até que eu invente outros planos para o futuro, amanhã poderei dizer que sou, sim, uma pessoa bem sucedida e realizada aos 24 anos. Tenho a vida que queria ter. Com 4 anos de atraso, mas tenho.

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Trilha Sonora: Meu colega de trabalho está ouvindo alguma coisa tocada no piano. Que culto.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Problemas sentimentais?

Começar um texto se elogiando não é uma coisa muito bonita, mas eu me considero uma boa amiga. Uma pessoa legal, na medida do possível. Ouço os problemas alheios com paciência e atenção sincera. Quando pergunto "tudo bem com você?" eu realmente quero saber se a pessoa está bem. Não é só por educação.
Acontece que tem gente que abusa. E nada me tira do sério mais do que gente que abusa da minha boa vontade.
Um exemplo prático: a pessoa me pede um conselho. Eu dou minha opinião sincera. Me pede outro conselho. Eu dou. E me pede de novo, de novo e de novo. Uma coisa sem fim. Conselhos que beiram a relação "terapeuta/paciente". Conselhos sobre o mesmo tema sempre. Um tema que eu nem entendo tão bem assim para dar minha opinião.
Eu poderia me sentir A terapeuta sentimental e encarar o fato (recorrente, diga-se de passagem) como um elogio à minha capacidade (?) de aconselhar pessoas aflitas.
Mas, como eu disse, quem abusa da minha boa vontade me tira do sério. Sabe o que é você receber todos os dias pedidos de ajuda dessa tal pessoa e em NENHUM dos "todos os dias" ela se dar ao trabalho de perguntar como estou, se estou com algum problema que ela possa ajudar? Pois é. Eu sei como é. Acho um puta desaforo. Lotar minha caixa de e-mails com pedidos desesperados de ajuda, a pessoa pode. Se preocupar comigo, ela não pode.
Mas nem precisa mesmo, né? Afinal, sou uma pessoa tão bem resolvida e dou conselhos tão maravilhosos que minha vida deve ser uma perfeição digna de comercial de margarina.
Tô pensando até em vender conselhos. Talvez assim eu fique rica. É um caso a se pensar...
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Trilha Sonora: Silêncio bom...

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Os males de viver com... você mesma

Um exemplo prático: tenho pavor de lagartixas. Pavor mesmo. Tipo criança x bicho papão.
E a minha cama fica encostada na parede. A mesma parede que uma lagartixa resolveu que era confortável para morar.
Por isso, passei a noite retrasada toda dormindo com um olho aberto e outro fechado e virando a cada 15 minutos para ver aonde estava aquela coisa horrorosa.
Acordei com torcicolo ontem.
Na noite passada descobri que a lagartixa tem uma filha. Aí, ao invés da lagartixona gorda, ficou passeando por lá uma mini-lagartixa magrela.
Acordei com dor de cabeça e tão cansada que quase não fui trabalhar.
E nessas horas eu sinto falta do meu pai ou do meu irmão ou de qualquer outra pessoa que tenha pinto coragem para tirar a lagartixa de lá da MINHA parede.



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Trilha Sonora: "(...)Te amarei de janeiro a janeiro Até o mundo acabar" - Roberta Campos. Ouço quase toda manhã e fica na minha cabeça o dia todo.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Aleatórios desinteressantes

* Sério mesmo que tem gente que apaga um blog inteiro pra esconder um período da sua vida?
* Será que um dia as pessoas vão aprender que antes de cuidar do serviço dos outros eu tenho o MEU serviço pra cuidar? E tenho prazos para cumprir. E não é pouco serviço. E os prazos não são longos como deveriam ser.
* Amor, desculpa, mas acho que você não vai ganhar chocolate branco diet, porque aqui onde eu moro, realmente não existe.
* Posso ir visitar um amigo todo final de semana para ver se volto a me divertir como antes? Melhor, posso ir todo dia? Melhor ainda, posso parar de trabalhar e voltar a viver na casa dos meus amigos, de festa em festa?
* Se a louça ficar suja na pia e eu mentalizar com força, ela vai se auto-limpar?
* Tem coisa mais bonita do que ver uma pessoa feliz de verdade com coisas simples (simples pra você, complicada pra ela) que você ensinou?
* Posso mudar o feriado de 1º de maio pra uma sexta-feira?
* Posso comprar, comprar, comprar e comprar como se não houvesse amanhã e depois mandar a conta pra outra pessoa pagar?
* Quem vai me dar um tanquinho (de lavar roupa) de presente?
* Pra quem eu denuncio um ambiente de trabalho cheio de mosquitos/pernilongos da dengue? Por que eles só rodeiam a minha mesa?
* Acho que tô ficando meio burra... Preciso dos meus livros de gramática e dicionários.
* Será que meu arroz é o mais grudadinho e duro do mundo? Sempre achei que arroz só podia ser uma coisa de cada vez. Ou muito duro e soltinho ou muito mole e grudadinho.
* Alguém pode me dar um emprego que pague mais e eu trabalhe menos? De preferência, onde eu seja efetiva. Acho que não, né?
* Sério mesmo que vou ver Alice sozinha na sexta-feira?
* Posso viver só de lanche?
* Alguém pode, por favor, verificar se minha dor nas pernas significa que estou retendo líquidos?
* Jura que você leu o post todo com interesse sincero? Duvido, mas obrigada por fingir que sim.

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Trilha Sonora: Vontade de ouvir música boa. Aceito sugestões.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Retrô desde sempre

ou "Constatações sobre a moda"
Comprei um esmalte roxo de uma coleção nova da Impala, a Matte Fluor (aqui tem um post e fotos da cor).
A cor é linda, um roxo bem roxo mesmo porém, como diz o nome da coleção, ele tem um efeito matte que eu prefiro chamar de fosco (apesar de não saber se fosco é sinônimo de matte, que eu nem sabia que se escrevia com "tt"). Mesmo assim é bonito.
Há uns muitos meses eu comprei também o Pink da Impala que eu chamo de rosa chiclete, porque é o mesmo tom de rosa de chiclete de tuti-frutti.
Agora, entendam o motivo desse post mulherzinha.
Quando eu tinha uns 11 anos, eu tinha vício em esmaltes. Gastava todos os meus dinheiros (que não eram muitos) em esmaltes que eu nem dava conta de usar. Por isso "desenvolvi" uma técnica que consistia em pintar uma unha de cada cor. Simples assim. Se tenho 20 unhas, posso usar 20 cores diferentes de uma vez só. E as pessoas tinham motivos mais que suficientes para me acharem uma breguinha, esquisita e coisas do tipo.
Eu? Nem ligava. Segui pintando minhas unhas assim, gastando o máximo possível dos meus esmaltes. E a cada ano a (minha) moda se renovava. Comecei pintando uma unha de cada cor, incluindo os pés. Depois passei a pintar só a mão e cheguei a usar cores que iam desde o clássico preto-sou adolescente-rebelde até um dourado lindo cheio de glitter que meu ex-namorado odiava, passando por cores como o... Pink da Impala (que na época tinha outro nome) e um amarelo fluorescente  marca-texto.
Na época, entre 1997 e 2002, como eu já disse, as pessoas me olhavam torto. Poucas achavam legal e a maioria achava brega. Segui nem ligando até que eu resolvi parar com isso porque eu já estava um pouco "velha" (16 anos, no máximo) para usar tantas cores e também porque minhas unhas já não aguentavam mais tanta tinta de caneta misturada aos esmaltes cintilantes (sim, eu fazia meus próprios esmaltes às vezes).
Agora, vejam só: mais de 10 anos depois, a moda é justamente usar as coisas que ninguém achava legal quando eu usava. Não vou ousar dizer que lancei ou adiantei uma tendência, porque, né? 10 anos de atraso é demais e eu não inventei cor nenhuma. Só usava o que o mercado tinha disponível e eu achava legal, mas quase ninguém comprava.
Só que, se antes era feio, por que hoje é bonito? Porque isso é a moda, oras. Só é moda se muita gente usar. E com essa onda dos esmaltes de cores fortes, pela primeira vez na minha vida, mesmo sendo meio sem querer, estou na moda.
Só não uso mais uma unha de cada cor, mas o roxo e o pink, um de cada vez... Adoro!
Agora vamos ver quanto tempo vai durar esse roxo divino na minha unha de dona de casa, lavando louça, limpando chão, passando roupa e brincando de comidinha.
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Trilha Sonora: Tenho vergonha de contar.  :$

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Disse o Quintana

"Havia, não me lembro agora se no País das Maravilhas, da Alice, ou se na Cidade de Oz, uma velha que morava num sapato... E nós que moramos em caixas de sapatos!"
Mário Quintana


Devia ser na Cidade de Oz, Quintana. No País das maravilhas, tenho certeza que não era. Mas, de qualquer forma, adotei a frase como uma homenagem à minha Caixa de Sapato, afinal, é aqui que eu "moro".

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Trilha Sonora: Sabe quando uma melodia fica martelando na sua cabeça e você [não] faz idéia de onde ela veio? Então. A que está me martelando parece musiquinha de caixinha de música, mas eu não tenho e nunca tive uma caixinha e música.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

2 anos

Poucas pessoas acompanham o blog há mais de 2 anos ou desde que ele começou. Essas poucas pessoas devem se lembrar que, de uma hora pra outra, virei uma moça comprometida. E isso aconteceu há 2 anos.
Desde então, muita coisa mudou na minha vida. Coisas que nem vou tentar explicar, porque são pessoais demais ou porque nem eu sei explicar direito.
Só consigo explicar o que é muito claro pra mim: o que sinto cresce a cada dia e nem os problemas que temos de vez em quando me fazem duvidar do amor que trago em mim.
Sou uma pessoa muito "musical". Tudo me lembra uma música e quase toda música que me agrada, acabo associando a um momento ou uma pessoa. Com o Douglas não poderia ser diferente. Tenho uma lista (literalmente falando) das nossas músicas e de uns dias pra cá, uma música em especial tem me feito pensar no quanto eu o amo e em tudo que passamos até aqui. Cada verso dela faz um sentido enorme pra mim hoje.



Eu poderia até postar uma série de vídeos e letras de músicas "nossas"(talvez eu faça isso em breve), mas esse post ficaria gigante e eu não falaria com as minhas palavras tudo o que eu sinto, não daria conta de encontrar músicas que expressassem a admiração que tenho por ele como homem, amigo, namorado, companhia e ombro pra chorar; não seria possível dizer como o acho perfeitamente lindo, com todos os detalhes que só ele tem e o tornam cada dia mais lindo, cada dia mais o meu principezinho.
Encantado ele não é, porque nunca foi sapo (e eu jamais beijaria um sapo! Credo!), mas príncipe ele sempre foi. Mesmo quando brigamos e fico muito brava com ele, fico mais brava ainda porque sei que, no fundo, ele continua sendo o meu príncipe e eu é que sou teimosa e fecho os olhos para tentar não ver o lado doce dele (por isso que tem diabetes, tadinho).
E, voltando ao início do post, quem acompanha o blog há mais tempo, deve se lembrar daquele post polêmico sobre casamento, né? Pois então, agora assumo: não penso mais nada daquilo. Quero, sim, me casar com ele um dia, quero arriscar e ver até onde conseguimos chegar porque eu acredito que podemos ir muito longe juntos. 
Se em 2 anos superamos tudo o que superamos e chegamos aos 2 anos de namoro (um recorde em tempo de relacionamento pra mim e pra ele), pouca coisa pode nos fazer desistir agora.
Te amo, Douglas, muito e cada vez mais.
Feliz aniversário pra nós!

***
Trilha Sonora: O Que Eu Também Não Entendo tá tocando na minha cabeça.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Resoluções de começo de mês

Prometo que, assim que tudo estiver ok com a (futura) internet da minha casa, vou arrumar aquela lista de links e voltar a postar com frequência, como antes.
Podem me cobrar!

***
Trilha Sonora: Late mais alto, cachorro!

domingo, 4 de abril de 2010

Trilha Sonora

Debaixo dos caracóis dos seus cabelos

Um dia a areia branca
Teus pés irão tocar
E vai molhar seus cabelos
A água azul do mar
Janelas e portas vão se abrir
Pra ver você chegar
E ao se sentir em casa
Sorrindo vai chorar
Debaixo dos caracóis dos seus cabelos
Uma história pra contar
De um mundo tão distante
Debaixo dos caracóis dos seus cabelos
Um soluço e a vontade
De ficar mais um instante
As luzes e o colorido
Que você vê agora
Nas ruas por onde anda
Na casa onde mora
Você olha tudo e nada
Lhe faz ficar contente
Você só deseja agora
Voltar pra sua gente
Debaixo dos caracóis dos seus cabelos
Uma história pra contar
De um mundo tão distante
Debaixo dos caracóis dos seus cabelos
Um soluço e a vontade
De ficar mais um instante
Você anda pela tarde
E o seu olhar tristonho
Deixa sangrar no peito
Uma saudade, um sonho
Um dia vou ver você
Chegando num sorriso
Pisando a areia branca
Que é seu paraíso
Debaixo dos caracóis dos seus cabelos
Uma história pra contar
De um mundo tão distante
Debaixo dos caracóis dos seus cabelos
Um soluço e a vontade
De ficar mais um instante

****
Não sei explicar direito o motivo, mas na voz do Caetano Veloso, essa música me dá uma sensação de saudade de não sei bem o quê. Acho que é aquele sentimento de constante "deslocamento" que há tempos me acompanha. Se estou aqui, quero estar lá. Se estou lá, quero voltar. Vai entender...