terça-feira, 10 de junho de 2014

O Meu Brasil Pra Gringo Ver

Nunca saí do país (posso dizer que nem do estado de SP eu saí, porque a única vez que pisei fora do limite de estado foi por algumas horas, só pra ir até o Paraná, que é aqui do ladinho, na formatura da minha irmã).
Só que ninguém precisa ter o passaporte cheio de carimbos pra saber qual é a imagem que os gringos têm de nós. Basicamente: carnaval, samba, mulata, e futebol. Isso com a floresta amazônica ao fundo e um copo de caipirinha na mão.
Mas quem é brasileiro sabe, o Brasil é muito mais que isso. E o Brasil é muito mais que muita coisa para cada um que vive aqui.
Se eu fosse guia turística, mostraria para os turistas o seguinte:
* Culinária basicona do Brasil. Nada das comidas baianas que todo turista conhece, nada do brigadeiro que já virou produto gourmet lá fora, nada da feijoada que toda escola de samba faz nas quadras pra engordar visitas. Eu mostraria o nosso arroz, feijão, bife e batata frita com saladinha de alface e o temperinho made in Brasil mesmo. E empadinhas de boteco. Coxinha não, que já virou estrelinha também. E escondidinho de carne seca com mandioca. E carne seca com cebola. E, a comidinha clássica da minha infância, ensinada pelo meu avô: arroz, feijão e farinha pra fazer bolinho e comer com a mão.
* Música brasileira além da Bossa Nova e Samba. Quando penso em música com cara de Brasil, Cordel do Fogo Encantado me vem na cabeça no mesmo instante. Acho que existe pouca coisa tão verdadeiramente brasileira do que Cordel. Já começa no nome da banda, fazendo referência à Literatura de Cordel, que apesar de ter vindo de Portugal, ganhou a cara do Brasil quando se popularizou no nosso Nordeste. Outra banda bem Brasil é Nação Zumbi.
São estilos que se parecem um pouco com ritmos africanos por causa da percussão bem marcada. Mas, como o Brasil adota um pouco de cada cultura e molda com a nossa cara, não tem nada mais brasileiro do que a música feita por essas bandas estilo Cordel e Nação Zumbi.
* Botecos. Acho que não tem em outro lugar boteco estilo os brasileiros. Tem pub, tem cafeteria, tem restaurante, tem lanchonete, mas botecão, aquele "pé sujo", com estufa de salgados e mesinhas dobráveis com logo das cervejas, isso só tem aqui. Ou não? Mesmo que tenha em outros lugares, o estilo botequeiro (eu disse boTEqueiro. Favor não ler errado) é uma coisa muito nossa.
* Pastel de feira com caldo de cana. Preciso explicar? Fica até numa categoria fora da culinária, porque não é SÓ comer o pastel e tomar caldo de cana. Tem toda a coisa de ir andar na feira, ouvir a gritaria, esbarrar nos carrinhos, escorregar num tomate caído no chão, sentir o cheiro dos temperinhos moídos na hora... É uma experiência sem comparação.

Então, turistas que queiram conhecer o Brasil fora do tradicional "carnaval+feijoada+mulata+floresta+futebol", procurem minha agência de viagens e agendem seus passeios.
Mentira.
Mas se quiserem impressionar uma galera gringa, experimentem minhas dicas. Acho difícil isso falhar e não fazer um estrangeiro se apaixonar pelo menos mais um pouquinho pelo Brasil.

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#VaiTerCopaSim - Outro tema proposto pelo Rotaroots.

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Trilha Sonora: Sem música hoje.

domingo, 8 de junho de 2014

Um Meme e Um Grupo

Internet Old School
A proposta desse meme é falar sobre o que eu fazia quando comecei a usar internet.

Em 1998...1999 meu pai chegou em casa com um trambolho chamado computador. Não sei quais eram as configurações, mas sei que ele rodava um Windows 95 e era de segunda mão, logo, não devia ser nada muito extraordinário em termos técnicos, mas era extraordinário porque, mano! era um computador de verdade! Igual aos que a gente só via em agências bancárias e filmes americanos.
O primeiro computador que vi e "mexi" na minha vida foi na casa de uma amiga da minha mãe, mas ele estava com algum problema ou tinha senha e por isso não chegava a sair da tela inicial do DOS, onde ficava escrito Energy Star com o desenho da estrelinha. Ele era usado pra brincar de escritório, mas na verdade não fazia coisa nenhuma, já que, além de não funcionar, a gente nem sabia o que podia ser feito com ele.
Então, voltando ao meu primeiro computador, quando meu pai chegou em casa com ele e vimos que um computador tinha mais coisas além da tela preta com o desenho da estrelinha, ficamos maravilhadas! Eu e minha irmã fuçamos em tudo o que pudemos: paciência, copas, free cell, campo minado, protetor de tela, papel de parede editável... eram tantas as possibilidades! Mentira. Era bem pouca coisa, mas era muito legal.
Pra ter uma noção, a gente nem tinha mesa pra colocar o computador e ele passou anos em cima da mesa de jantar mesmo, ocupando um lugar que nunca podia ser usado por alguém que quisesse comer na mesa.
Algum tempo depois meu pai apareceu com um CD de joguinhos. Nos divertíamos mais ainda! Super tecnologia!
Até que, um dia, ele chegou com um disquete em casa com um adesivo de um ursinho e o nome Bimba. 
Pausa dramática: pelo amor de Deus, se alguém souber o que era esse tal Bimba, me explica, porque até hoje não sabemos e meu pai não se lembra direito pra poder nos explicar. Só sei que funcionava como uma internet ou funcionava com internet, não sei bem. A gente colocava o disquete, uma tela preta abria, nessa tela tinha diversas opções de jogos, chat, piadas e...e...e... acho que era só isso. Mas pra época e pra nossa idade, era um universo de coisas.
Usamos aquilo por um tempo e depois não me lembro se cansamos ou se meu pai vendeu o computador e o tal disquete foi junto. Só sei que passamos um bom tempo sem ter nada parecido em casa e o máximo que tínhamos de tecnologia em casa era um Nintendo 64.
Fomos ganhar outro computador de novo em 2001. Só que nessa época, não sei bem o motivo, eu não usava e nem me interessava por ele. O máximo que eu fazia era jogar The Sims.
Internet mesmo, aquele medo de acordar a casa toda com o barulho da conexão discando depois da meia noite, aquela raiva da conexão cair no melhor da conversa no MSN, aquela alegria de ver que tinha scrap novo no Orkut e a emoção de receber um depoimento (testimonial) lindo... Tudo isso veio só em 2005, quando eu finalmente me interessei e  comecei a usar internet. E isso era basicamente o que eu fazia: MSN, Orkut, blogs... E o primeiro que eu li e comecei a acompanhar foi o Flocgel e, a partir dele, o Suburbia Tales e tantos outros que eu ia achando linkados em posts ou no blogroll deles. Assim foi o começo do meu relacionamento com a internet.
Fiz muitos amigos quando resolvi começar um blog e alguns eu trago até hoje como pessoas queridas.
Os caminhos e lugares mudaram um pouco desde que caí nessa rede mundial de computadores, mas os objetivos finais ainda são os mesmos: conhecer pessoas, conhecer coisas, conhecer histórias.
A internet era diferente antes? Era. Era melhor do que é hoje? Não, nem melhor e nem pior. Só era outra. Da mesma forma que eu era outra pessoa, nem melhor e nem pior.
Mas que dá saudade dá.

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Esse meme foi proposto pelo Rotaroots, um grupo super legal no facebook, que tá tentando resgatar o espírito blogueiro do passado, quando a internet tinha mais conteúdo inédito e os blogs eram mais atualizados do que hoje. Vale a pena conhecer, se você sente saudade da blogosfera de raiz.
Tem o grupo e tem a página, mas nenhuma delas tem o objetivo de divulgar blogs ou fazer trocas de link e parcerias. 


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Trilha Sonora: Na vibe coisas velhas, tô ouvindo Capital Inicial - Eu Nunca Disse Adeus.