"Jogue suas mãos para o céu
Agradeça se acaso tiver
Alguém que você gostaria que
Estivesse sempre com você"
Lembro de mim há uns 2 anos, dividida entre achar ótimo não ter namorado e ficar chateada, com aquela sensação de
ninguém me ama cada vez que eu via um casal pelos cantos.
Se por um lado era boa a sensação de
quem manda na minha vida sou eu, por outro era péssimo saber que não tinha quem se preocupasse quando eu dormia fora ou ficava até de manhã pelas baladas (preocupação de mãe não é o ponto aqui).
Aí quando eu reclamava naquelas conversas com amigas, as que namoravam diziam pra eu ter calma, que logo eu encontraria alguém e que isso seria quando eu menos esperasse.
E o problema era que eu estava sempre esperando. Mesmo quando eu dizia que era ótimo ser solteira, eu estava esperando alguém que me provasse o contrário e me mostrasse todo o vazio que eu sabia, mas não admitia que existia naquela vida de bar-que-emenda-com-festa-que-emenda-com-pós-festa-na-casa-de alguém-que-emenda-com-ressaca-que-emenda-com-churrasco-pra-curar-a-ressaca ad infinitum.
É. Era assim. Pra quem é solteiro, é super divertido, mas pra quem não quer mais ser sozinho, não tem tanta graça. Não era essa diversão que eu queria. Eu queria a diversão das coisas mais simples, queria os programas de casal, queria não ter que me agasalhar para ir pra balada no frio, queria colocar uma roupa quente e ficar namorando debaixo das cobertas com... com quem? Nunca tinha ninguém.
Até que, conforme minhas amigas avisaram, quando eu menos esperava me jogaram numa conversa cheia de estranhos, um estranho veio ser simpático comigo, me elogiou, eu agradeci e ele sumiu por 1 mês.
Até que ele apareceu de novo, me elogiou mais um pouco, mostrou que sabia mais do que dizer que eu era bonitona e eu me apaixonei.
Até que completamos 1 ano de namoro. Entre programas de casal, namoro debaixo das cobertas e todas as coisas simples que fazem mais do que apenas divertir no momento, fazem feliz de verdade.
E entre brigas, discussões sérias, discussões ridiculamente bobas, problemas por todos os lados, viagens longas e imprevistos... completamos 1 ano de namoro.
Não é um mar de rosas. Relação nenhuma é e eu acho ótimo que a minha não seja a primeira a ser.
Até porque, é fácil dizer que você ama, quando você nunca passou por uma situação que pudesse te fazer pensar que não ama.
Mas depois que você vence o obstáculo, olha pra trás e diz "não foi nada", olha pra si e para o outro e percebe que o amor ainda é o mesmo, às vezes até maior, sem nenhum arranhão... Depois disso você pode dizer que ama de verdade.
Os religiosos chamam os obstáculos de "provação". Eu acho perfeito, apesar de não ser religiosa.
Depois das provações que passamos juntos, sabemos que nosso amor suporta qualquer coisa que ainda possa vir.
Por menores que sejam nossos problemas perto de coisas que poderiam nos acontecer, não podemos dizer que eles não existem. Existem e passamos por todos eles.
Até que completamos 1 ano de namoro.
E toda aquela convicção de que era ótimo ser solteira... Sumiu.
No fundo eu sempre soube que precisava dele para ser completa. E agora eu posso dizer que tenho quem eu gostaria de ter, alguém que está sempre comigo, mesmo quando nem estamos no mesmo lugar.
Posso, enfim, jogar minhas mãos para o céu.
Amo você, Douglas.