quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Alice e Seu Vocabulário Surpreendente

Alice sempre me surpreendeu com suas habilidades linguísticas. Ela demorou bastante para aprender a andar, mas começou a falar relativamente cedo e resmungava muito desde bebê (bebê pequena, porque agora ela é bebê grande).
Vira e mexe ela solta uma nova que me deixa de queixo caído ou rolando de rir.
Ontem eu estava sentada no chão quando ela chegou, empurrando um carrinho de boneca:

- Estou indo na parada. Vamos, mamãe? Quer ir na parada comigo?
- Eu quero! *não faço a menor idéia de onde era a tal parada*
- Então vamos! Levante-se, mamãe!

Minha filha de 2 anos e 4 meses falou levante-se. Levante-se! Eu não falo levante-se, não conheço ninguém que fale levante-se. Só uso construções assim quando estou escrevendo e, como ela não sabe ler (por enquanto), sei que ela não aprendeu em livros ou posts meus.
E, falando em livros, ontem também, mais tarde, ela foi vasculhar a prateleira de livros dela. Perguntei o que ela estava procurando e ela me respondeu que queria um livro específico lá que não me lembro e completou com:

- Estou ansiosa para ler esse livrinho, mamãe!

Estou ANSIOSA. Gente.
Olha, não sei a filha dos outros, mas a minha é um encanto e só me dá orgulho.

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Trilha Sonora: Dois É Ímpar - Unidade Imaginária. "A gente se deixa levar e acaba esquecendo De não esquecer jamais de quem não podia ter partido..."

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Trauma (Não) Dançante

Alice está com 2 anos e alguns meses. Ela adora dançar. Ouve música e começa a balançar o corpinho, meio sem ritmo e ao mesmo tempo cheia de ritmo: o ritmo dela, conforme o corpo pequeno dela permite, conforme a inibição dela deixa, enquanto ela percebe que estamos observando e rindo.
O riso.
Sempre que a vejo dançar ou fazer qualquer outra coisa espontânea e ela se retrai quando nota que está sendo observada, deixo bem claro: "continua, filha! Tá linda!" e sorrio para que ela veja que estou olhando porque gosto e não porque é ridículo (porque, de fato, não é).
Agora, neste exato momento, ela está assistindo a um programa infantil no Discovery Kids e, sempre que ouve um barulho dos instrumentos musicais (é um programa meio musical, tem uma banda, não sei direito), ela começa a dancinha dela, toda animada e desajeitada, exatamente como toda criança faz se não for ensaiada para dançar assim ou assado.
Enquanto a admiro dançando, lembrei de uma cena da minha infância: não sei quantos anos exatamente eu tinha, por volta de 5 ou 6, não mais que isso. Eu estava no aniversário de uma prima minha e, junto de outras meninas da mesma faixa etária, começamos a dançar alguma música da Xuxa que estava tocando. Uma das meninas, acho que minha prima, me falou que eu estava dançando errado, que eu não sabia dançar. Aquilo me deixou constrangida e saí da rodinha. Nunca mais dancei em outras festinhas (só nas festinhas de escola, mas sempre com meses de ensaio e passos decorados com os colegas, sob supervisão da professora).
Passei anos me reprimindo quando ouvia música e queria dançar porque, oras, eu nem sei dançar. Dançar é só ir lá e balançar o corpo como todo mundo faz, como uma criança faz. Mas eu não sei fazer isso. Me disseram que eu não sabia. Então eu não sei e não posso dançar, certo?
Conforme o tempo passou, comecei a beber e isso ajudava na hora de me soltar e dançar. Mas eu sempre tenho a sensação de estar fazendo papel de boba, como se todos fossem bailarinos do Bolshoi Ballet e eu fosse a criança de 4 anos dançando sem o menor ritmo, sem a menor noção do que está fazendo em meio a tantos profissionais e especialistas em movimento corporal.
Acontece que, no fundo, eu sei que não sou assim tão desengonçada. O meu problema não está em braços e pernas descoordenados. Está na minha cabeça, na advertência maldosa que ouvi quando criança e ficou martelando minha memória desde então.
Mais uma vez, como no caso dos traumas sobre o corpo, evito fazer e permitir que façam com a Alice as mesmas coisas que fizeram comigo. Mesmo tendo consciência da origem da minha inibição, não é como um botão de liga e desliga que posso acionar para acabar com a vergonha e sair bailando livre por aí. Leva tempo, envolve álcool sempre que possível, envolve a segurança de estar no meio de uma multidão dançando para que eu não seja o centro das atenções. Mas para a Alice é fácil. É só elogiar e incentivar "Tá linda, meu amor! Você dança muito bem! Continua!" e ela
vai crescer sabendo que pode dançar quando e onde quiser, do jeito que quiser, coordenando ou não os membros do corpo dela, conforme a vontade dela.


Se eu puder vê-la dançando assim, sempre de forma natural, sempre de forma alegre, a Camila de 5 anos de idade estará dançando junto, em algum lugar dentro de mim. Até que, quem sabe um dia, ela resolva sair para dançar com a Alice.


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The Fresh Beat Band é o programa que ela estava vendo.

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Trilha Sonora: Fresh Beat Band, Dora Aventureira... Trilha sonora de mãe.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

101 em 1001 - Atualizando #3

Essa atualização está vergonhosa. Só 1 meta alcançada e 3 que já falhei.
Mas vamos lá:

24 - Dormir antes da 1:00 am de domingo à quinta-feira.
Tá bem difícil manter essa meta em dia. Tenho falhado quase todos os dias.

25 - Acordar antes das 10:00am todos os dias.
Em dias que vou trabalhar, cumpro essa mole, mole. Porém, fim de semana e feriado/mini férias (5 dias em casa essa semana por motivos de exaustão e o médico falou que pode, sim, ficar em casa)... Pelo menos 10h30 é meu horário oficial para começar a viver.

39 - Atualizar o blog pelo menos 1 vez na semana.
Esse post deveria ter sido publicado semana passada. Falhei. Mas eu vou me perdoar porque, como disse, ando exausta e, mesmo tentando, tirar 15 minutos para postar foi uma coisa impossível. Então já tenho 1 buraco nessa meta.

42 - Fazer as unhas em casa a cada 15 dias.
Semana retrasada eu consegui pintar de esmalte clarinho, já prevendo que não daria tempo de tirar e passar outro antes dele descascar todo. Ainda bem que me conheço, porque foi exatamente o que aconteceu. Porém, como a meta é de 15 em 15 dias, ainda estou em dia com ela. Vou ver se consigo limpar e deixar a unha respirar por 1 ou 2 dias, pra pintar de novo no fim de semana. Dessa vez pretendo arriscar um vermelhão que eu adoro, mas morro de preguiça porque sei como termina a história.

44 - Rir até doer a barriga.
Essa foi a melhor meta cumprida até agora. Semana passada, no trabalho, uma colega contou um episódio tão hilariantemente constrangedor (ou constrangedoramente hilário?) da vida dela, que chorei de rir, a barriga doeu, minha garganta secou e eu aprendi com a experiência alheia que devo sempre ir ao banheiro quando o intestino pede, sem esperar, sem deixar pra depois. Obviamente não entrarei em detalhes, mas garanto que qualquer um teria rolado de rir tanto quanto eu ouvindo a história triste.

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Então é isso. Os indícios de fiascos já estão surgindo, como eu esperava, mas não vou desistir (ainda) do projeto. Fiz até uma frescurinha para colocar ilustrando os posts do projeto ou a página, não decidi ainda. Depois vejo.
O fato é que, mesmo com as primeiras falhas, estou gostando da brincadeira. =)

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Trilha Sonora: Tô vendo MTV Hits aqui e me sentindo uma tiazona velha que não conhece as músicas que os sobrinhos adolescentes ouvem. Tá passando um clipe com uns caras numa arena, tipo gladiadores ou coisa que o valha. Descobri: Fall Out Boy - Centuries.
Agora melhorou: 7 Vidas - Pitty. Conheço e adoro!