sábado, 29 de outubro de 2011

Ela faz rock

Eu conheço uma rockeira. Ainda não tive o prazer de conhecer pessoalmente, mas um dia ainda vou.
O motivo desse post é tentar fazê-la sorrir, mesmo que por alguns poucos minutinhos.
Quero dizer que a admiro. Pela voz linda, pelo talento musical, pela beleza, pela simpatia, pela cor sempre diferente dos cabelos, pelo senso de humor, pela inteligência, pelo talento para escrever, pela coragem de tentar viver do que gosta e sabe fazer bem: o rock.
Sempre que me perguntam qual é o meu dom, eu não sei o que responder.  A única coisa que eu sei fazer bem o suficiente para ensinar e encantar outras pessoas é, acreditem, origami de estrela.
Não sei dançar direito, não sei cantar bem, não sei atuar, não sei cozinhar, não sei pintar, não sei fazer nada que possa me render algum dinheiro em troca do meu talento.
Ela sabe. E isso é lindo, porque não vejo nada mais importante na vida do que trabalhar com o que você gosta e gostar do seu trabalho exatamente porque é o que você sabe fazer de melhor.
Nos finais de semana, ela vai tocar numa praça que tem lá onde ela mora. Esse é o trabalho dela e se eu morasse por lá, iria todo final de semana visitá-la no "escritório" dela. É daí que ela tira o sustento dela ou a maior parte dele, pelo que eu entendi. E não é fácil porque quem está trabalhando na rua inevitavelmente está exposto ao humor alheio que pode ser bom ou não, está exposto à sensibilidade alheia que pode existir ou não, está exposto à educação alheia que pode ser da melhor ou pior.
Nesses últimos dias ela teve problemas por causa do preconceito dessas pessoas que não têm educação, não têm senso de humor, não têm sensibilidade e, mais do que tudo, não têm inteligência, porque o preconceito é resultado da burrice.
Sei que ela está lendo este post e sabe que é para ela, então:
Espero, de verdade, que toda essa maré de sorte ruim passe logo, que você não desanime do seu rock e que ele traga logo toda a fama que você merece (e o cachê em dólares e euros, claro). Se até a fama chegar, você precisar encarar outros caminhos para garantir a ração dos filhotes, aceite e continue dando o seu melhor. Só não deixe de lado a sua alegria tão cheia de cores.
Logo, logo, tenho certeza que sua música chegará a lugares que você nem sabe que existem no mapa e você fará o sucesso que merece e tem potencial para fazer.
Não desanime.
=)

***
Achei melhor não usar nome e links que a identificassem, por uma questão de privacidade que ela talvez queira neste momento, mas se ela autorizar, depois eu coloco nomes, links, fotos e faço a divulgação que ela merece.

***
Trilha Sonora: TV ligada, mas a música da moça dos cabelos roxos tocando na minha cabeça enquanto eu escrevia.

2 comentários:

Aline disse...

Cami, tu fez a rockeira de cabelos coloridos sorrir e chorar ao mesmo tempo, mas esse choro é o de alegria. Artistas são um poço de emoções, por isso a dificuldade com a indiferença. Tuas palavras me deixaram extremamente feliz, é por causa de pessoas como tu que meu trabalho anda. Acabo de receber um e-mail de uma garota alheia a toda essa situação dizendo: "Estou de aniversário domingo e meu presente é que tu cantes música tal pra mim!" Saber que uma canção pode deixar o dia de uma pessoa mais agradável é o que me move. Só não concordo com uma coisa do post, o que diz respeito aos teus dons. Tu és uma das poucas pessoas que conheço que consegue colocar em letras o que se passa dentro de ti, e isso é um dom maravilhoso, enquanto outros apenas repetem o que nos é enfiado goela abaixo, tu consegues descrevem situações cotidianas como ninguém (lembra que eu te cobrava que estava com saudades dos posts falando das situações que tu passas no dia-a-dia?) Te agradeço do fundo do coração e me considero uma pessoa de sorte por te conhecer, mesmo que através dessa telinha mágica e impessoal, mas que tem o dom de nos fazer conhecer e gostar de pessoas especiais que estão longe fisicamente de nós. Muito obrigada guria, MESMO! Fique com Deus, que ele siga sempre te iluminando!

Atitude: substantivo feminino. disse...

"Sempre que me perguntam qual é o meu dom, eu não sei o que responder."
Somos duas.

As vezes acho que o meu é falar, me expressar publicamente. Mas não sei.
Me sinto vazia também, com relação a isso...e tenho uma profunda admiração por quem persiste na arte porque tem talento.
Porque talento é assim. Ou se tem, ou não. Não existe pessoa com meio talento.
E vou te dizer que ter talento numa terra onde "os sem talento e com amigos" se dão bem...é paulera.
Espero que sua amiga consiga.