domingo, 30 de dezembro de 2012

Gerente de Coisa Alguma

Não posso dizer que foi um ano bom. Não foi. Senti que perdi totalmente o controle sobre a minha vida, sobre o meu emprego, sobre o meu relacionamento, sobre a minha saúde mental.
E eu gosto de controlar. Quero controlar tudo. Gostaria de ser um tipo de gerente do mundo, se esse fosse um cargo válido na lista de empregos existentes. Não existe, então eu gosto de gerenciar minha vida e as coisas que fazem parte dela. Gosto de exigir, cobrar resultados, ver empenho alheio. Mesmo quando eu não estou me empenhando muito e nem rendendo bons resultados. Até porque, a gerente sou eu, quem manda sou eu e eu não preciso fazer nada além de mandar. Espero que façam para que eu possa dar tapinhas amigáveis nas costas, dizendo "Muito bem! Bom trabalho!".
Eu dou as ordens, mas não quero me esforçar sempre. É como jogar The Sims. Controlo os bonequinhos, decido coisas, mas quando fico entediada, baixo a janela, mudo de aba e vou me distrair com outra coisa. Quando eu voltar, espero que todos estejam a postos para que eu continue controlando suas vidas e me gabando do quão boa eu sou na arte de gerenciar.
Acontece que neste ano, isso foi o que eu menos fiz. Aliás, o que eu menos fiz foi controlar a minha vida. Porque jogar The Sims e me entediar foi a regra desses meses entre janeiro e dezembro.
Levei a maior rasteira que eu podia ter levado vinda da pessoa que eu nunca esperei que fosse capaz nem de esbarrar em mim, quem dirá me dar uma rasteira daquelas. Levantei, bati a poeira e sigo caminhando. Mancando um pouco ainda e suspeito que eu fique assim, meio coxa, pra sempre.
Talvez tenha sido fácil me derrubar porque eu já andava tropeçando nas decisões que eu mesma havia tomado e me arrependi em menos de 3 meses. Aí a queda foi mais feia do que poderia ter sido.
Foi assim, ainda em fevereiro que eu comecei a ver minha vida virando areia e a ventania se aproximando.
O que salvou meu ano de ter virado uma completa nulidade em termos de felicidade foi a Alice. Engravidei em fevereiro, ela nasceu em outubro e só ela bastou para que eu não quisesse apagar este ano da minha memória.
Mas as lembranças do ano em que perdi o controle continuam fortes.
Estou tentando acertar meu ritmo, reencontrar meu rumo e recuperar o controle que eu tanto gosto de ter.
Não vou fazer promessas para o ano que se aproxima, porque né? todo mundo sabe que promessa de ano novo ninguém cumpre e eu não quero começar meu próximo ano sendo uma mentirosa consciente da minha mentira. Quero começar o ano apenas controlando minha vida. Decidindo novamente quais caminhos eu vou seguir, quais caminhos vou fugir.
Nos últimos 12 meses eu fui empurrada pela correnteza. Nos próximos 12 meses espero voltar a gerenciar a correnteza.
Talvez eu deva encarar 2012 como um ano de férias do meu cargo de gerente da minha vida. As férias acabaram e agora é hora de voltar pro batente que, além do prazer que me dá, agora ainda tenho uma filha que depende de mim e das decisões que preciso tomar.
Que venha 2013!


***
Trilha Sonora: Por que nós? - Marcelo Jeneci. E várias outras dele antes.

Um comentário:

Camila disse...

Quando voltar, dá um grito (: