segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Por Onde Andei

Eu não andei em canto nenhum. Tô sempre por aqui admirando os trocentos rascunhos que tenho e fico evitando publicar porque posso causar algum mal estar, porque posso causar algum sentimento reverso ao objetivo de me aliviar a alma, porque posso me arrepender depois e acabar apagando como já fiz em outras ocasiões, porque posso... Enfim.
Estou sofrendo um bloqueio criativo, além disso. Nem as listas mirabolantes que eu costumava fazer, eu tô conseguindo organizar pra postar.
Estou também sofrendo um bloqueio intelectual e ando bastante insegura, achando que toda frase que escrevo contém um erro grosseiro de gramática (isso é um caso a ser estudado seriamente, porque desde que minha filha nasceu eu notei que eu realmente estou com problemas semelhantes a uma dislexia, trocando letras, errando para escrever coisas simples, etc.).
E, como se não fosse o suficiente, tenho sentido que a minha vida simplesmente pausou. Vejo as coisas mudando à minha volta, vejo minha filha crescer, vejo as pessoas evoluindo e fazendo coisas e vivendo histórias e se divertindo e conhecendo gente nova e eu estou sempre no mesmo lugar, na posição no sofá, lendo as mesmas coisas e tendo a sensação de que eu deveria estar fazendo mais, eu deveria estar produzindo mais, eu deveria estar existindo mais. Mas não posso. Não consigo. Não quero.
Dia desses sonhei que eu estava na faculdade, um curso novo, um lugar novo, com pessoas novas. Tava rolando uma festa de recepção, algo assim. E então eu conheci 5 pessoas tão legais que ali nos definimos como amigos pro curso todo. Um entrosamento espetacular, coisa de sonho mesmo. Até selfie em grupo a gente fez, antes de entrarmos todos numa banheira de hidromassagem para 6 pessoas, bebendo cerveja e dando risada. Foi a coisa mais divertida que fiz nos últimos tempos!
Daí, quando acordei, dei um sorriso e em seguida lembrei que, opa! Era sonho! Não tenho vida social nenhuma há muito tempo e, na real, acho que nem tenho mais afinidade com as pessoas que eu chamo de amigas há um bom tempo.
Não sei se a culpa é minha, por ter estacionado nesse ponto da vida e ter me tornado desinteressante para qualquer um ou se é delas, que seguiram em frente e me deixaram aqui, sem notícias e sem retorno dos emails que eu segui mandando por um bom tempo, contando como minha vida estava nos eixos e eu estava feliz. Porque em algum ponto, eu estava realmente feliz e tudo estava caminhando bem. Até que desandou. Até que eu emperrei. Até que foi todo mundo embora e eu fiquei aqui esperando algo mágico acontecer e eu, de repente, estar fazendo selfies e rindo com amigos numa banheira de hidromassagem pra seis pessoas.
Não acredito em mágicas, só pra deixar claro.
E esse monte de chororô foi para explicar a falta de posts.
Resumindo: não tenho nada pra falar além das peripécias da Alice, que são ótimas, mas não quero me tornar repetitiva e nem usar a vida dela como centro de um blog pessoal que, opa! é meu. Portanto: vida pessoal eu não tenho, post novo muito menos.
Pelo menos até que o bloqueio acabe ou eu mande tudo à merda e publique tudo o que eu tenho guardado e tenho receio de postar.



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Trilha Sonora: barulho de ventilador, vassoura esfregando o chão, conversa alheia lá fora, carro passando e a vida acontecendo por aí.

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