Olha, vou contar pra vocês, viu?! Essa minha vida anda tão sem graça que hoje eu faltei no serviço porque acordei sem vontade de ir trabalhar, mas mesmo assim resolvi ir lá "falar oi" e acabei passando 2 horas "falando oi" quando eu devia era estar deitada na minha cama, reclamando do mundo para as paredes do quarto.
Ponto alto do meu dia? Ganhei um sorvete naqueles esquemas de palito premiado. Comprei um Galak e ganhei um La Frutta. Eu nem sabia que ainda existia essa promoção do palito premiado.
E, certeza, amanhã o ponto alto do meu dia será trocar esse palito pelo La Frutta de uva, limão ou abacaxi (eles dão, mas limitam suas opções de sabores). Ou, caso ninguém mais saiba dessa promoção do palito premiado, arrumar confusão na padaria porque "EU GANHEI A PORRA DO SORVETE NESSA MERDA DE PROMOÇÃO! EXIJO O MEU SORVETE A-GO-RA!!!", afinal, essa vida anda tão sem graça que arrumar confusão idiota por motivos absurdos é a única coisa que talvez me anime por umas horas.
***
Trilha Sonora: Alanis tá cantando alguma coisa aqui, mas nem sei mais que música é. Tá em random há horas e horas e horas só na pasta dela.
sexta-feira, 29 de julho de 2011
terça-feira, 26 de julho de 2011
Daqui pro mundo
Há 11 anos eu conheci o Bruno. Nos conhecemos na escola, 1º colegial, numa época um pouco complicada pra mim e, creio, pra ele também. Logo nas primeiras vezes que nos falamos descobrimos amigos e gostos em comum.
Passávamos a manhã toda juntos, conversando e rindo e lendo tarô e lendo mão e falando dos nossos problemas e observando o mundo ao redor e sendo amigos.
Nos mantivemos em contato diário pelos 3 anos do colegial. Final de semana, quase sempre eu ia no portão dele convidar pra dar uma volta. E nossa voltinha consistia em ir e voltar e ir e voltar e ir e voltar pelas mesmas ruas de sempre, as mesmas vielas e as duas únicas avenidas no bairro onde morávamos. E a gente conversava muito. E a gente fazia muitas piadas bestas que só nós entendíamos, com referências ao nosso dia a dia, às músicas e aos Simpsons.
Ele tinha outros amigos e eu também tinha amizades além dele. E amizades que, inclusive, na maioria das vezes não agradava ao outro. Nunca por ciúmes, apenas por implicância com as tais amizades. Até porque, uma coisa que sempre tivemos em comum foi a implicância. Eu implicava com os amigos "estranhos" dele e ele implicava com os meus amigos infantis. Mas ele era tão estranho quanto os amigos dele e eu tão infantil quanto os meus amigos só que, entre nós, sei lá por qual razão, a coisa dava certo.
Um dia eu fui embora. Doeu me despedir dos meus amigos e do bairro onde morei por anos, mas de todas as despedidas, a que mais me fez chorar sem vergonha nenhuma das lágrimas foi a dele. Lembro que era sexta-feira, fazia sol, mas não estava calor. Ele foi na minha casa e passamos algumas horas conversando como se nada estivesse acontecendo, como se minha casa toda não estivesse dentro de caixas na sala do apartamento.
Demos risada como sempre, fizemos piada como sempre e ele disse que precisava ir embora. Fui com ele até a portaria e na hora de dizer tchau, nos abraçamos e choramos muito. Como se não fôssemos nos ver nunca mais, como se eu estivesse perdendo o meu melhor amigo. Fizemos alguma piada final e ele se foi.
Fiquei alguns anos morando em outra cidade, mantivemos contato por cartas e todas as vezes que eu vinha pra cá, fazia o possível para vê-lo. Ele foi me visitar uma vez e passou uma semana na minha casa.
Com o tempo, nossa vida mudou. Eu voltei a morar na mesma cidade que ele, mas nunca mais nos vimos. A vida corrida, os novos amigos, ele com a namorada dele, eu com o meu namorado, cada um com seu trabalho e casa para cuidar. Mas nunca deixei de considerá-lo um dos meus melhores amigos.
Semana passada eu soube que ele estava de mudança. Ia sair do país para estudar longe, longe.
Fiquei feliz pela conquista dele, mas senti a mesma dor de quando nos despedimos pela primeira vez. Senti como se eu nunca mais fosse vê-lo, como se eu estivesse prestes a perder o meu melhor amigo.
Fui almoçar na casa dele sábado. Rimos, conversamos, lembramos de coisas de 10 anos atrás, dei um abraço nele, desejei boa sorte e boa viagem e fui embora.
Ninguém viu, mas eu chorei no metrô. Chorei quando cheguei em casa e chorei hoje de manhã enquanto esperava o ônibus e pensava que, enquanto eu estivesse trabalhando, ele estaria indo embora. Chorei porque não vamos poder dizer mais "precisamos marcar de nos ver" e nunca de fato marcarmos nada, porque ele estará longe demais pelos próximos anos. Tão longe que nem sei dizer quando nos veremos novamente.
A dor é quase como a de perder o melhor amigo, com a diferença que eu consigo sorrir quando penso que, desta vez, o mundo está ganhando o meu melhor amigo enquanto ele ganha o mundo.
Boa sorte e boa viagem, Bruno!
***
Trilha Sonora: You Learn - Alanis. Porque foi a nossa primeira coisa em comum e eu sempre vou ouvir e lembrar dele, que traduzia as músicas quando inglês ainda era um mistério pra mim e não existia o Google Translate.
Passávamos a manhã toda juntos, conversando e rindo e lendo tarô e lendo mão e falando dos nossos problemas e observando o mundo ao redor e sendo amigos.
Nos mantivemos em contato diário pelos 3 anos do colegial. Final de semana, quase sempre eu ia no portão dele convidar pra dar uma volta. E nossa voltinha consistia em ir e voltar e ir e voltar e ir e voltar pelas mesmas ruas de sempre, as mesmas vielas e as duas únicas avenidas no bairro onde morávamos. E a gente conversava muito. E a gente fazia muitas piadas bestas que só nós entendíamos, com referências ao nosso dia a dia, às músicas e aos Simpsons.
Ele tinha outros amigos e eu também tinha amizades além dele. E amizades que, inclusive, na maioria das vezes não agradava ao outro. Nunca por ciúmes, apenas por implicância com as tais amizades. Até porque, uma coisa que sempre tivemos em comum foi a implicância. Eu implicava com os amigos "estranhos" dele e ele implicava com os meus amigos infantis. Mas ele era tão estranho quanto os amigos dele e eu tão infantil quanto os meus amigos só que, entre nós, sei lá por qual razão, a coisa dava certo.
Um dia eu fui embora. Doeu me despedir dos meus amigos e do bairro onde morei por anos, mas de todas as despedidas, a que mais me fez chorar sem vergonha nenhuma das lágrimas foi a dele. Lembro que era sexta-feira, fazia sol, mas não estava calor. Ele foi na minha casa e passamos algumas horas conversando como se nada estivesse acontecendo, como se minha casa toda não estivesse dentro de caixas na sala do apartamento.
Demos risada como sempre, fizemos piada como sempre e ele disse que precisava ir embora. Fui com ele até a portaria e na hora de dizer tchau, nos abraçamos e choramos muito. Como se não fôssemos nos ver nunca mais, como se eu estivesse perdendo o meu melhor amigo. Fizemos alguma piada final e ele se foi.
Fiquei alguns anos morando em outra cidade, mantivemos contato por cartas e todas as vezes que eu vinha pra cá, fazia o possível para vê-lo. Ele foi me visitar uma vez e passou uma semana na minha casa.
Com o tempo, nossa vida mudou. Eu voltei a morar na mesma cidade que ele, mas nunca mais nos vimos. A vida corrida, os novos amigos, ele com a namorada dele, eu com o meu namorado, cada um com seu trabalho e casa para cuidar. Mas nunca deixei de considerá-lo um dos meus melhores amigos.
Semana passada eu soube que ele estava de mudança. Ia sair do país para estudar longe, longe.
Fiquei feliz pela conquista dele, mas senti a mesma dor de quando nos despedimos pela primeira vez. Senti como se eu nunca mais fosse vê-lo, como se eu estivesse prestes a perder o meu melhor amigo.
Fui almoçar na casa dele sábado. Rimos, conversamos, lembramos de coisas de 10 anos atrás, dei um abraço nele, desejei boa sorte e boa viagem e fui embora.
Ninguém viu, mas eu chorei no metrô. Chorei quando cheguei em casa e chorei hoje de manhã enquanto esperava o ônibus e pensava que, enquanto eu estivesse trabalhando, ele estaria indo embora. Chorei porque não vamos poder dizer mais "precisamos marcar de nos ver" e nunca de fato marcarmos nada, porque ele estará longe demais pelos próximos anos. Tão longe que nem sei dizer quando nos veremos novamente.
A dor é quase como a de perder o melhor amigo, com a diferença que eu consigo sorrir quando penso que, desta vez, o mundo está ganhando o meu melhor amigo enquanto ele ganha o mundo.
Boa sorte e boa viagem, Bruno!
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Trilha Sonora: You Learn - Alanis. Porque foi a nossa primeira coisa em comum e eu sempre vou ouvir e lembrar dele, que traduzia as músicas quando inglês ainda era um mistério pra mim e não existia o Google Translate.
segunda-feira, 11 de julho de 2011
Socorro!
Gente, uma perguntinha: quem usa o Blogger na versão draft (rascunho) ou tradicional, notou essa mudança gigante nas telas (painel, editor de postagens e tudo mais) ou eu fui premiada e estou sendo usada de cobaia?
De qualquer forma, oh, Google, não curti isso aqui, não!
Ficou tudo muito branco, muito grande, muito estranho, muito vazio. E de vazio já basta minha carteira.
Se tivesse o botão de "não curti" eu clicava dez vezes.
Vejam (anotações em vermelho inseridas por mim com a ajuda do Paint):
***
Trilha Sonora: Jornal do SBT me fazendo companhia após a faxina da madrugada (minha mãe tá vindo me visitar e eu preciso fingir que sei cuidar da casa sozinha).
De qualquer forma, oh, Google, não curti isso aqui, não!
Ficou tudo muito branco, muito grande, muito estranho, muito vazio. E de vazio já basta minha carteira.
Se tivesse o botão de "não curti" eu clicava dez vezes.
Enfim, quero meu painel do Blogger Draft de volta.
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Trilha Sonora: Jornal do SBT me fazendo companhia após a faxina da madrugada (minha mãe tá vindo me visitar e eu preciso fingir que sei cuidar da casa sozinha).
Sobre:
Blogs,
Palpites sem importância
domingo, 3 de julho de 2011
Manual Ilustrado
Substitua a água por sentimentos variados e o que você tem é a minha mente alagada.
***
A imagem eu achei solta pela internet.
***
Trilha Sonora: One Day - The Verve.
Sobre:
Aqui dentro,
Imagem que vale
sábado, 2 de julho de 2011
Não Fazemos Trocas
Acaba de me ocorrer que passei esses vinte e cinco anos da minha vida sendo trocada. Desde trocas que, na verdade nunca aconteceram, até trocas explícitas e explicadas com todas as letras.
Sou a mais velha de quatro irmãos, logo, passei pela troca três vezes: fui trocada quando deixei de ser a filha única, bebê da casa e fui sendo trocada a cada novo irmão que nascia, porque, por mais que os pais digam o contrário, sempre há uma preferência pelo bebezinho recém chegado na família e pelo menos por uns tempos, os outros filhos são deixados de lado. Não estou reclamando do amor que recebi ou talvez tenha deixado de receber. É apenas a questão das trocas mesmo.
Depois fui trocada inúmeras vezes em relação a amizades. Você tem uma amiga que é a sua fiel escudeira até ela encontrar outra amiga e te trocar. Mas aí, normal também, acontece com todo mundo pelo menos uma vez na vida e, se formos pensar que também trocamos de amizades, me coloco do outro lado da história.
No amor então, nossa... Eu sempre fui trocada.
Teve um que me trocou pelos amigos, disse que estava se sentindo muito preso por causa do namoro. Na época eu dizia que havia sido trocada por um skate porque depois que levei o chute na bunda, tudo o que o fulano fazia era andar de skate.
Daí teve um que me trocou pela ex-namorada dele que, aliás, havia sido trocada por mim meses antes. Ele trocou e resolveu destrocar depois.
Teve um outro, que nem chegou a ser namorado, que me trocou pela vida de solteiro mesmo.
Teve esse agora que jura que não me trocou, mas o que eu sinto foi que fui trocada mesmo. Motivos justos, podem dizer se eu contar a história, mas pra quem é trocada o motivo nunca é justo.
Tem ainda uma troca anunciada que está prestes a ser concretizada, desta vez no meu atual emprego. Meu cargo será extinto dentro de alguns meses e eu serei trocada por algum funcionário novo que fará exatamente o que eu faço, mas vai ganhar mais do que eu ganho. Não é a primeira vez que isso acontece comigo, profissionalmente falando também, porque já fui trocada em outro emprego, anos atrás.
Tudo na minha vida termina ou muda radicalmente por causa de uma troca onde eu sou a moeda devolvida. Mas minha auto-estima me faz crer que sou a moeda devolvida simplesmente por causa da falta de atenção ou falta de inteligência de quem me troca. Sabe quando a gente dá ou pega um troco errado e vem a mais? Então. Eu sou o troco dado errado, mas sempre pra mais.
Prejuízo de quem devolveu.
***
Trilha Sonora: Grêmio Recreativo, na MTV, cantando umas músicas da Jovem Guarda agora.
(post escrito na última quinta-feira do mês, quando vai ao ar o Grêmio Recreativo)
Sou a mais velha de quatro irmãos, logo, passei pela troca três vezes: fui trocada quando deixei de ser a filha única, bebê da casa e fui sendo trocada a cada novo irmão que nascia, porque, por mais que os pais digam o contrário, sempre há uma preferência pelo bebezinho recém chegado na família e pelo menos por uns tempos, os outros filhos são deixados de lado. Não estou reclamando do amor que recebi ou talvez tenha deixado de receber. É apenas a questão das trocas mesmo.
Depois fui trocada inúmeras vezes em relação a amizades. Você tem uma amiga que é a sua fiel escudeira até ela encontrar outra amiga e te trocar. Mas aí, normal também, acontece com todo mundo pelo menos uma vez na vida e, se formos pensar que também trocamos de amizades, me coloco do outro lado da história.
No amor então, nossa... Eu sempre fui trocada.
Teve um que me trocou pelos amigos, disse que estava se sentindo muito preso por causa do namoro. Na época eu dizia que havia sido trocada por um skate porque depois que levei o chute na bunda, tudo o que o fulano fazia era andar de skate.
Daí teve um que me trocou pela ex-namorada dele que, aliás, havia sido trocada por mim meses antes. Ele trocou e resolveu destrocar depois.
Teve um outro, que nem chegou a ser namorado, que me trocou pela vida de solteiro mesmo.
Teve esse agora que jura que não me trocou, mas o que eu sinto foi que fui trocada mesmo. Motivos justos, podem dizer se eu contar a história, mas pra quem é trocada o motivo nunca é justo.
Tem ainda uma troca anunciada que está prestes a ser concretizada, desta vez no meu atual emprego. Meu cargo será extinto dentro de alguns meses e eu serei trocada por algum funcionário novo que fará exatamente o que eu faço, mas vai ganhar mais do que eu ganho. Não é a primeira vez que isso acontece comigo, profissionalmente falando também, porque já fui trocada em outro emprego, anos atrás.
Tudo na minha vida termina ou muda radicalmente por causa de uma troca onde eu sou a moeda devolvida. Mas minha auto-estima me faz crer que sou a moeda devolvida simplesmente por causa da falta de atenção ou falta de inteligência de quem me troca. Sabe quando a gente dá ou pega um troco errado e vem a mais? Então. Eu sou o troco dado errado, mas sempre pra mais.
Prejuízo de quem devolveu.
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Trilha Sonora: Grêmio Recreativo, na MTV, cantando umas músicas da Jovem Guarda agora.
(post escrito na última quinta-feira do mês, quando vai ao ar o Grêmio Recreativo)
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