segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Somos Todos Culpados

Recentemente passei por uma separação que foi causada, entre outros fatores, pela interferência de uma pessoa que, creio eu, nem imagina o dano que causou a uma relação de 5 anos (de onde nasceu uma criança, inclusive).
Isso me fez pensar em como essa pessoa se sentiria se soubesse do problema que ela ajudou a causar, se soubesse que (em partes) por culpa dela a minha filha vai crescer sem ver o pai dormindo e acordando na mesma casa que ela, vai crescer sem ver os pais casados, fazendo programas de família, comemorando aniversário de casamento e trocando presentes no 12 de Junho. A presença do pai, como pai dela, não tenho dúvidas que ela terá. Mas aquela figura masculina que eu tive em casa, da autoridade diária do pai que trabalha o dia todo mas chega pouco antes do jantar para dar bronca pelas coisas erradas e parabenizar pelas coisas certas, para olhar o caderno da escola e ajudar na lição de casa, contar a historinha antes de colocar pra dormir e dar boa noite... coisas que eu tive e minha filha não terá.
Eu saí "prejudicada" também, mas nada que um novo amor (um dia, quem sabe?) não resolva. Para ser um casal, basta outra pessoa que te ame. Qualquer pessoa. Mas para ter um pai, não serve qualquer um. Ainda mais quando você sabe que o seu existe e está perto o bastante para que ninguém tome o seu lugar, mas longe o bastante para que exista saudade até que chegue o fim de semana de novo.
Fiquei pensando, então, quantas coisas a gente faz sem pensar, faz por maldade inconsequente, faz pensando que não está prejudicando ninguém e no fim a gente acaba prejudicando, acaba estragando um relacionamento que não era do nosso interesse destruir, acaba mudando todo um futuro que poderia ou deveria existir, mas vira apenas uma possibilidade não concretizada.
E a menos que uma das partes prejudicadas chegue até você para contar, você nunca saberá do mal que causou.
Seria estranho demais um dia você receber uma carta/e-mail/sms/tanto faz, te acusando de algum estrago que você causou na vida de outras pessoas? Seria vingança demais informar a pessoa com a intenção de fazê-la se sentir culpada pelo estrago causado? E, por fim, será que eu (e você e todos nós) não estaríamos sujeitos a uma acusação dessas?

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Trilha Sonora: Flores do Mal - Barão Vermelho. Essa faz parte da minha playlist Of a Broken Heart, em breve num site de compartilhamento de músicas perto de você.

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