Começo de ano é aquela coisa linda, aquele misto de esperança em dias melhores com confiança nas pessoas e umas boas doses de auto-estima elevada. É gostoso de ver.
Aí chega o primeiro dia útil e você volta a trabalhar, percebe que os problemas de 2016 não se resolveram magicamente na virada da meia noite do dia 31 de dezembro pro dia 1º de janeiro e quem era escroto continua escroto, quem mentia continua mentindo e os serviços até então feitos nas coxas por outra pessoa continuarão sem solução, embora precisem de solução e, olha que delícia, a urgência por essas soluções encontra-se to-di-nha sentada e rebolando no seu colo, buscando se acomodar da melhor forma possível porque, aceite! Agora é tudo problema seu. No caso meu. É isso aí pessoal. Fevereiro recém começou e eu já estou tendo indícios de estresse no trabalho e, quando eu começo a me estressar eu tenho duas reações: no trabalho eu travo e passo a enrolar o máximo que posso para não ter que admitir que não vou conseguir e em casa eu começo a ficar irritada com pouca coisa. Pra quem tem uma família grande e uma filha pequena, isso é um barril de pólvora e eu sou o fósforo prestes a ser riscado. Ontem briguei com a criança (ela mereceu, não estava agindo com muito respeito), mas passei dos limites e levei a um grau um pouco mais alto uma bronca que poderia ter sido apenas uma bronca de rotina. Nos entendemos antes de dormir, porque sempre acabamos fazendo as pazes antes de dormir. Fizemos um acordo de amigas e agora vamos nos ajudar quando a outra estiver passando dos limites. No fim das contas, apesar das dificuldades e de todo o desgaste que rola na maternidade, eu e a Alice somos uma boa dupla. Nossa parceria funciona muito bem e eu não imagino meus dias sem ela. Ainda bem.
Mas teve também um monte de coisas que eu pretendia fazer ontem e não fiz. Teve uma série de verdades inconvenientes que eu acabei falando sem necessidade naquele momento (não retiro o que disse, mas admito que não precisava ter dito) e teve uma Camila indo dormir tarde, mas antes da hora planejada, já que eu planejava umas horas acordada vendo um filme, relaxando, lendo... Mas simplesmente apaguei logo depois que finalmente consegui fazer a criança dormir.
Aquele momento que você percebe que está, novamente, perdendo o controle de coisas que deveria (ou gostaria de) controlar.
Como sou muito boa de conselhos que não sigo, ontem falei pra Alice que o dia não tinha sido muito divertido, mas que hoje ela poderia tentar de novo ter um dia legal. E é verdade, mas só vale pra ela, porque eu tenho certeza que acabei de entrar naquele túnel super estreito e longo da auto-sabotagem que me leva a lugares indesejados. Preciso ir até o fim do túnel agora e depois que puder sair, eu preciso voltar consertando as coisas todas que acabei quebrando no caminho.
É isso aí, essa sou eu. Essa é minha vida. Tá ruim, vai ficar pior, mas depois melhora.
***
Trilha Sonora: Tava curtindo o silêncio até ouvir o som da criança se espreguiçando aqui. O dia começa agora.
sábado, 4 de fevereiro de 2017
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