quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Melhor que a original

Essa é uma  lista que eu queria fazer há tempos, desde que estava sem isternete em casa e ficava escrevendo posts mentais nas horas de ócio. É uma lista de músicas que foram regravadas e ficaram melhores que as originais.
Resolvi que essa lista precisava sair porque tenho ouvido uma quantidade enorme de versões que me fazem pensar "essa devia ser a original!".
Então, aí está:

Maria Gadú - Lanterna dos Afogados
A original é dos Paralamas, todos devem conhecer. Tem até outras regravações, mas essa da Maria Gadú... Superou a da Cássia Eller, que eu adoro e, até então, era a melhor regravação que eu conhecia dessa música. Nem vou comentar aqui sobre a competição mental (da minha mente, claro) que rola entre Cássia Eller e Maria Gadú.

Yael Naim - Toxic
A original é da Britney Spears. Não gosto da Britney Spears e essa música, na voz dela, pra mim era só mais uma melodia rebolante da loira louca. Mas quando ouvi na voz da Yael Naim vi que uma boa gravação e uma voz linda fazem toda a diferença. Até aprendi a letra por causa dessa regravação.

Frente! - Bizarre Love Triangle
A original é do New Order, mas eu demorei para perceber. Sempre ouvia as duas versões, mas só quando comecei a me interessar pelas letras das músicas que eu ouvia foi que eu notei que eram a mesma música. A versão do New Order é legalzinha, naquele estilo "antiguinho" de música dos anos 80, cheia de efeitos sonoros típicos dos anos 80 e coisa e tal. A regravação, não. É lentinha, só voz e violão, dura menos de 2 minutos e a voz da Angie Hart, vocalista do Frente!, é linda.

Cássia Eller - Por Enquanto
Adoro Cássia Eller e praticamente todas as músicas que já ouvi na voz dela. Mas essa música em especial ficou tão linda, tão delicada, tão... Aquele Acústico MTV que ela gravou tem algumas das melhores gravações das inúmeras regravações que ela fez. Eu poderia fazer uma lista baseada no tema "Cássia Eller cantando fulano", e com certeza a maioria das minhas preferidas seriam as do Nando Reis que ela gravou. Mas fica pra outro dia. Por Enquanto é uma música linda já na voz do Renato Russo, mas a versão da Cássia tem uma coisa de tristeza que combina tanto com a letra e me fez até dar umas choradinhas em algumas ocasiões, quando ouvi essa versão.

Cordel do Fogo Encantado - O Cio da Terra
A original é do Milton Nascimento (letra dele com o Chico Lindo Buarque). É até bonita, mas não me fazia dizer que gostava da música. Depois que ouvi a versão do Cordel, com o acompanhamento que eles colocaram... Consigo ver o lavrador, o processo exaustivo de plantar, cuidar, colher e produzir. Ouçam e comparem.

Céu - Rosa Menina Rosa
A original é do Jorge Ben e eu não gosto dele. Não tem nenhuma música dele que eu me lembre agora e possa dizer "essa é legal, eu gosto". E, confesso que até começar a escrever esse post, eu nem tinha ouvido a versão original de Rosa Menina Rosa. Só sabia que é dele e que a Céu tinha regravado. Mas, como adoro a Céu e não gosto do Jorge Ben, eu já sabia, mesmo sem ouvir, que eu gostava muito mais da versão dela que ouço sem parar porque a voz da Céu faz isso comigo: quando coloco uma música dela, tenho que escutar até cansar. Enfim, acabei de ouvir a original e realmente, eu estava certa.


Eddie Vedder - You've got to hide your love away
A original é dos Beatles. Não sou exatamente fã deles, mas algumas das músicas que conheço até gosto. O que já não acontece com o Eddie Vedder, que eu adoro desde sempre e adoro mais ainda tudo que ele canta. Essa versão foi gravada para a trilha do filme Uma Lição de Amor (I'm Sam), que eu ainda não vi, mas deve ser bonitinho. Antes da versão do Eddie Vedder, a versão que eu conhecia e adorava era a do meu pai tocando no violão. E ele tocava duas, três vezes seguidas porque eu ouvia e queria ouvir de novo. Até ele falar "chega, depois eu toco de novo" e começar a tocar outras do repertório dele. Então, por ordem de preferência vem: Eddie Vedder, com sua voz meio rouca e triste, meu pai com seu violão e inglês impecável e auto-didata (que eu só herdei o auto-didata) e Beatles com sua gravação que, de tão pouco que eu ouvi, nem posso comentar muita coisa.

Alanis - My Humps
Essa versão da música do Black Eyed Peas (que eu achei que fosse uma música solo da Fergie) é muito legal por dois motivos: foi feita com bom humor e é da Alanis. Gosto da Fergie, até falei isso alguns posts atrás, mas gosto mil vezes mais da Alanis, minha musa desde a adolescência. O melhor dessa regravação é o clipe, com a Alanis sensualizando como nunca antes na história desse país. Se for ver, de verdade mesmo, prefiro a música original, mas a versão da Alanis é boa demais para ficar fora dessa lista. Ela conseguiu pegar uma música que não tem absolutamente nada a ver com ela e cantar de um jeito tão pessoal, que a música virou outra e, se você ouvir sem prestar atenção na letra, pode jurar que foi a Alanis quem gravou primeiro.

Bom, essa lista já ficou maior do que eu imaginei, mas como ainda tem muita coisa que pode entrar nela, aguardem uma parte 2 e, se souberem de mais versões melhores que as originais, deixem nos comentários.

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Trilha Sonora: Depois de tanta música para o post, agora é a TV ligada.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Sobre música boa que um dia será ruim

Eu adoro música. Desde sempre, ouço muita música. Cresci (na verdade não cresci muito) com o meu pai tocando violão e minha mãe cantando enquanto limpava a casa com o rádio ligado.
Com o tempo, fui desenvolvendo meu próprio gosto musical que, hoje, vai muito além da MPB/Pop Rock que cresci ouvindo por influência dos meus pais.
Acontece que, em um período da vida e eu acredito que isso aconteça com todo mundo, você se distancia do que te ensinaram que era bom e passa a buscar coisas novas, que tenham a ver com você. Só que isso que você diz que tem a ver com você, às vezes só tem a ver com o momento da sua vida ou com quem é você naquele momento da sua vida.
Aí passa um tempo, você muda, sua vida muda e aquela trilha sonora que dizia tanto sobre você passa a ser só mais uma música tocando no rádio (vocês ainda ouvem rádio, né?).
Quando a música era boa, tudo bem. Você até pode ouvir com saudade e lembrar que há pouco tempo aquela letra dizia tanto sobre você e hoje é só uma música como tantas outras. Mas e quando você associa a sua vida e os seus momentos importantes às músicas "modinha" que, dentro de 2 ou 3 anos, já não serão consideradas boas nem pra você?
Falo isso porque eu já tive minha época de gostar de modinhas de MTV e rádio, colava pôster na parede do quarto, rabiscava versos de músicas e nomes de bandas na capa do caderno e achava que aquelas eram as músicas mais fodas do mundo, as melhores bandas já descobertas e... um dia passou.
Aí vejo a molecada de hoje fazendo o mesmo que eu fazia e fico pensando que um dia eles vão se envergonhar de dizer que ouviam um cara que veste calça verde com camiseta vermelha e usa esses cabelinhos ridículos. Além, é claro, do agravante maior: não cantam nada, não tocam nada e nem as letras dizem muita coisa. Mas é claro que isso só será percebido quando a vida tiver mudado e as bandinhas "boas" de hoje se tornarem uma mancha no passado da molecada.
Ah! Antes que perguntem, minha mancha musical do passado é Hanson e Spice Girls. Mas só digo que é mancha porque nunca foram reconhecidos como boa música de verdade, apesar de eu continuar defendendo eles e, de vez em quando, ainda ouvir algumas músicas de quando eu tinha 12 anos.
O fato é que a "música ruim" de ontem, que eu ouvia, ainda é bem melhor que a música ruim de hoje que é, de fato, ruim.

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Trilha Sonora: Especial Black Eyed Peas na MTV. É, esse post foi escrito logo após o último post publicado. E, sim, MTV não é a melhor referência de música boa hoje em dia. Por isso não vejo os programas "musicais" deles.

sábado, 23 de outubro de 2010

Metas para os próximos meses

Um post estilo diarinho de menina porque o blog é de menina e... é meu! com uma listinha porque eu gosto de listinhas e... o blog é meu!
Não é dezembro ainda, mas preciso fazer uma lista de metas para os próximos períodos da minha vida porque eu ando meio... bom, vou fazer a lista porque eu quero.
1º Fazer uma tatuagem nova.
2º Perder mais uns centimetros de quadril para reduzir em, pelo menos, mais um número as minhas calças.
3º Resolver até o final de outubro se peço ou não transferência para outro canto.
4º Voltar a controlar gastos diários para sair do vermelho ou saber porque eu não saio do vermelho.
5º Instalar tudo o que falta no meu computador para que eu possa passar cada vez mais tempo sem sair de casa, fazendo tudo pelo computador usar as coisas legais que ainda não posso usar nele.
6º Fazer um final de semana de cinema em casa para ver e rever filmes bons debaixo das cobertas.
7º Começar o meu blog novo que está prontinho e lindo, mas "trancado" desde julho porque estou com preguiça de manter dois blogs.
8º Marcar uma tarde de mulherzinha com 2 das minhas amigas da vida toda.
9º Comprar um All Star novo porque eu gosto de All Star e porque é fácil comprar. Só chego na loja, peço a cor (preto desde sempre e para sempre) e o número (35 fica perfeito) e pronto! Quase um McDonald's "peça pelo número".
10º Comprar sapatilhas novas para quando eu quero me vestir de menininha.
11º Voltar a fazer as unhas semanalmente.
12º Cumprir todos os itens dessa lista nos próximos 2 meses.
Conforme eu for cumprindo, volto e atualizo a lista riscando os feitos.
E lá vamos nós!
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Trilha Sonora: Especial Black Eyed Peas na MTV. Sabe que eu até gosto das músicas deles? E gosto da Fergie.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Profissionais do giz

Dia 15 de outubro é dia do Professor, sabiam?
Então, não sou professora, sou secretária de escola, logo, trabalho com vários professores (apesar de alguns acharem que trabalho para eles e não com eles).
Então, hoje cedo o Diretor lá da escola resolveu que queria dar um presentinho e um cartão legal para eles, parabenizando pelo dia e aquela coisa toda.
Ele queria sugestões de mensagens, mas recusou a minha! Absurdo! Usei toda a minha criatividade e sensibilidade para criar uma mensagem super especial e ele simplesmente me proibiu de usá-la.
Vejam só que belas palavras:
"Bando de filhos da puta! Parem de encher o saco da Secretária. Feliz dia do Professor."
Pois é. Fui censurada. Só de raiva, não ajudo mais!

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Falando sério agora, tirando umas peças aí que não valem nem o pó do giz que usam, não tenho nada contra os professores. Desde que não me encham muito o saco com pedidos de coisas que não tenho obrigação de fazer.
Então, feliz dia do professor para quem tá nessa vida aí (que eu saiba, dos leitores do blog, só tem a Bel de professora)!

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Trilha Sonora: Qualquer coisa na TV.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Os Fantasmas

Anos que eu não entrava ali. Anos, nem sei quantos, que eu não subia aquelas escadas, entrava por aquele portão enorme e sentia o cheiro da adolescência que só aconteceu ali.
Enquanto esperei não mais que dez minutos na fila, vi tantas cenas e ouvi tantas vozes que não pude chorar, não pude rir, não pude nada, porque eu queria tudo ao mesmo tempo e não consegui nada além de fazer cara de quem nunca havia estado ali.
Mas eu estive, inúmeras vezes, de bobeira naquele mesmo corredor de tijolo vazado, naquela mesma porta enrolando para aproveitar ao máximo enquanto podíamos. Lá fora, no meio de tanta gente que hoje nem sei onde... Tantas manhãs tomando aquele solzinho bom, escorada no muro ou naquela bagunça da fila desorganizada para tentar conseguir comprar um pirulito ou um salgadinho. Naqueles banquinhos disputados onde dávamos risada, contávamos piadas, contávamos segredos, brincávamos de adivinhar o futuro quando eu lia mãos e cartas e ríamos mais um pouco, porque tudo sempre acabava em risada, mesmo quando começava em choro ou em uma pergunta séria como "Lê aí, Cacá... Como é que eu vou morrer?" e eu disse a ele que seria no ar, voando. E depois nós rimos de qualquer piada que ele fez com os dons que eu nunca tive.
No fim do corredor eu não me atrevi a ir. Na verdade, nunca gostei muito de ir até lá porque chegar à outra ponta, significava assumir aquele namoro que eu não podia assumir e que as pessoas não sabiam que existia. Isso só na minha cabeça, claro. Era o relacionamento "secreto" mais invejado e admirado daquele horário, o que, na época, era muita coisa.
Aquela escada também seria demais para mim. Eu ficaria frente a frente com aquela Camila que um dia sentou ali e perdeu uma hora inteira do seu dia chorando como nunca mais chorou na vida, sentindo uma dor que nunca mais sentiu. É que o relacionamento tinha passado de secreto para inexistente e já era até um relacionamento novo com outra namorada que nunca teve nada de secreta. Estava ali para quem quisesse ver. Inclusive eu. E quando eu vi, esperei até o outro dia para chorar na companhia daquela que era e ainda é a grande amiga de todas as horas. 
Não sei dizer porque um lugar só significa tanto pra mim, mas sei que muito do que sou hoje começou ali. Muito do que não sou hoje, terminou ali.
E, indo embora, ainda vi o último fantasma que foi, na verdade, o primeiro. Como um bom fantasma bem educado, me disse oi, perguntou como eu estava e disse que ele continuava por ali. Me deu aquele mesmo sorriso bochechudo de sempre e me puxando de volta à realidade, se despediu "tchau, então! Vou lá votar" e seguiu seu caminho.
Foi então que entendi que tudo havia ficado ali, porque em algum momento deixei que o passado virasse lembrança e me dividindo em duas, eu mesma me tornei um fantasma que ficou preso ali enquanto a outra parte de mim seguiu seu caminho.

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Trilha Sonora: Janis Joplin. Várias coisas de Janis Joplin.