Eu posso ter amizade com uma pessoa há tempos e nunca ter contado coisas mais pessoais (tô triste, tô apaixonada, tô feliz e coisas assim), mas já ter contado todo tipo de histórias sobre a minha vida pra ela.
Assim como posso ter acabado de conhecer uma pessoa e já comentar que não ando muito feliz ou que tenho vivido os melhores dias da minha vida, por exemplo.
Acho que me abro mais para pessoas que sei que não verei mais do que para as pessoas com quem convivo diariamente-todo-santo-dia.
Meio confuso, mas é assim mesmo.
Poucos amigos meus têm o "privilégio" de saber de todas as histórias da minha vida e ainda saberem sobre o meu atual estado de espírito. Acho que uns 3 ou 4, no máximo.
Pode-se dizer até que eu seja uma pessoa reservada. Não fico amiga muito fácil. Mas, contradição ou não, sou amiga muito fácil. Algumas pessoas que eu mal conheço parecem sentir-se à vontade pra me contar detalhes de suas vidas que eu, muitas vezes, nem pergunto.
Não me importo de ouvir. Até gosto. Dou conselhos quando me pedem, tento ajudar, fico preocupada com os problemas alheios e até sou capaz de ir, de última hora, atender a um "pedido de socorro".
Mas não esperem que isso chegue a ser recíproco. Dificilmente.
Acontece que nada me deixa mais puta da vida do que eu achar que pode ser recíproco e , quando finalmente resolvo me abrir para essa pessoa, em troca eu receber um simples "ah é?" seguido da maior cara de desinteresse do mundo.
Não é pedir muito, só acho que se eu sou uma boa amiga, não custa nada que a pessoa retribua com um pouquinho de entusiasmo quando eu quero falar sobre algo meu.
Não sei se deve ser como uma troca, mas eu fico muito chateada (pra não repetir o "puta da vida") quando sinto que não tenho para a pessoa o mesmo valor que ela tem pra mim.
E é por essas e outras que eu continuo cultivando e preferindo as mesmas poucas e velhas e ótimas amizades.
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Trilha sonora: Por que eu não desisto de você - Kid Abelha. Mas antes teve uma música bem oportuna: Hey Amigo - Cachorro Grande.