Quem acompanha o blog há mais tempo deve lembrar que eu sou uma
Comecei o estágio em uma escola de periferia, em outra cidade, em uma sala com alunos impossíveis e fiquei horrorizada.
Só que eu estava gastando demais para o (não) aproveitamento que estava tendo do estágio. A professora não me dava muito espaço para sair da condição de estagiária samambaia no canto da sala. Os alunos eram terríveis demais. Fui pegar justo uma aula que só acontecia às quintas e, no primeiro semestre desse ano, quase todos os feriados caíram numa quinta. A aula era de inglês e eu faço licenciatura em português e francês, ou seja, nada a ver. Quase no final do semestre eu descobri que, por causa de uma informação que tinham me passado errada, eu estava perdendo 50min. de estágio por semana e, estagiário sabe, 10min. que se perde já dá uma dor enorme no coração. E além disso tudo, eu já disse que os alunos eram terríveis?
Pois então. Fui lá falar com o professor responsável pelo estágio e avisei que ia trocar de escola.
Arrumei uma pertinho da minha casa e lá fui eu feliz e saltitante levar o ofício para a coordenadora.
Belezinha, né? Só esperar a resposta sobre quando eu poderia começar com o projeto que eu tinha (tenho) em mente e pronto.
Aí, num belo dia, Mila Maria precisou ir cedo para a faculdade e estava na rodoviária esperando o ônibus.
Nada pra fazer, "gansei" uma conversa entre duas mulheres que estavam na minha frente na fila:
- É, menina! Vão ter que chamar o conselho tutelar logo, logo.
- Eu acho que tinha era que ter um policial em cada sala. Só assim para as professoras conseguirem dar aula em paz.
- Imagina que coisa?! Aquele menino é impossível. Esses dias ele brigou com um outro lá e saiu correndo atrás dele pela escola. A cozinha estava com a porta aberta, ele entrou lá e pegou uma faca. Disse que ia matar o outro menino! E saiu correndo com a faca na mão.
- Que absurdo!
- Tiveram que chamar fulano e fulano para segurar os dois.
A conversa foi maior e mais "emocionante" que isso, mas não importa. O que importa é que, em certo momento, elas deixaram bem claro que eram funcionárias da tal escola para onde eu resolvi transferir meu estágio.
Diante da descoberta eu só consegui pensar: me fodi! Troquei seis por meia dúzia.
Entendam, não quero uma escola com anjinhos, alunos super dotados e bem educados. Só que começar minha carreira(?) em meio a alunos que tentam cometer homicídios dentro dos limites da escola é um pouco demais pro meu coraçãozinho.
Ainda se eles só tentassem agredir funcionários... Opa! Eles tentam, sim. Já fiquei sabendo de uma história assim que aconteceu no começo do ano, nessa mesma escola.
Mas outro dia eu conto, porque essa saga do meu estágio ainda vai loooonge...
***
Trilha Sonora: New Soul - Yael Naim. Muito bom ouvir a voz dela e cantar junto.
5 comentários:
Desanima não, Mila Maria! A realidade é que isso não acontece sempre, não. Tem lugares que nunca acontece nada, tipo onde estou. Quando rola uma coisa dessas vira assunto pra mais de mês, rss.
Não sei se te encoraja, mas depois de um tempo vc até acostuma...
Bjs
ah... na minha época de escola, nunca aconteceu essas coisas, não... e eu estudei em um colégio estadual na periferia de SP.
tem muita coisa que o povo aumenta muito...
boa sorte!
Parece que tem um novo DESAFIO com todas as letras por aí...
Mas, desanima não.
beijaoo.
boa sorte ;]
Poisé, moça, isso de estágio em escola é complicado. Eu estagiei no Colégio de Aplicação da UFRJ, mas larguei no meio, os alunos ficam totalmente rédea solta por lá. Ano que vem vou pegar no CPII, que dizem que lá é bem mais firme a coisa.
Puxa, desculpe-me, apesar de ser triste, dei umas risadas durante a leitura.
Diante deste relato, continuo achando que o governo tem que investir nos ensinos médio e fundamental. A moecada está largada mesmo, os daqui do bairro ainda não chegaram a este ponto, mas mesmo assim.
Este post me fez lembrar da minha época no colégio quando apareciam as estagiárias e elas se tornavam objetos de desejo meu e dos meus colegas (coisa de moleque mesmo!!!)
Boa sorte nesta sua nova empreitada.
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