quarta-feira, 29 de junho de 2011

Sobre uma paixão quase amor

ou Sobre como uma adolescente magoada pode se transformar em uma adulta completamente louca que destrói seus relacionamentos e usa títulos de três linhas em posts do seu blog

Tem coisas que acontecem com a gente que, quando ainda estão sendo vividas, vemos de um jeito tão diferente de como veremos tempos depois, quando olharmos pra trás, naquele ponto exato de quando se deu o tal fato.
Hoje tive uma conversa rápida com uma prima minha, uns 10 anos mais nova que eu.
Ela me contava sobre o namorado dela, que havia terminado tudo alegando estar cansado dos dramas e chiliques dela (deve ser de família esse talento para o escândalo conjugal sem motivo), que mesmo pedindo uma segunda chance, ele não quis voltar atrás e que agora, para se vingar, ela ia começar a sair muito, fazer tudo o que não fez por causa dele. Enfim, revolta de adolescente que levou pé na bunda.
E ela me contando e eu pensando "isso não vai adiantar, ou eles voltam amanhã ou daqui uma semana ela está apaixonada por outro, passando pela mesma situação". Aí ela me disse: "Poxa, eu fiz tudo certinho, fui uma boa namorada, sei que fui uma boa namorada e eu gosto dele pra caramba, sabe? Eu tô quase... quase amando ele já. Eu gosto muito dele. Estou apaixonada mesmo".
Nesse momento eu só sorri. Pensei no quanto ela estava sendo racional, sabendo separar a paixão, mesmo muito forte, do amor que ela provavelmente ainda não tenha sentido por ninguém.
Lembrei do primeiro namorado que tive, que começou como uma paixãozinha, foi crescendo, virou amor, veio o pé na bunda e 2 anos depois eu ainda sofria por ele. Lembrei das coisas idiotas que fiz naquela época pra me vingar dele.
[insira aqui o final alternativo*]
Hoje, olhando lá atrás, vejo que eu era bem besta também, como a minha prima que está morrendo de raiva do namorado agora, mas não tem consciência ainda de que amanhã vai encontrar alguém melhor que a fará olhar pro dia de hoje com o desprezo que algumas das primeiras paixões podem nos causar anos mais tarde. Ou com o riso dolorido da saudade que você sente do quão intensas eram essas paixões quase amores até que chegou alguém e cruzou esse limite para o lado do amor, depois esmigalhou seu coração e foi embora, arruinando de forma indireta todos os seus futuros relacionamentos.
É. Fim de post meio amargo.

***
Tá, pra não ficar tão amargo, um final alternativo pro post:
[*]Só queria que, aos 15 anos eu já tivesse conquistado essa consciência que minha prima tem hoje e eu demorei tanto para conhecer. Se é que conheci.

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Trilha Sonora: TV ligada, como sempre.

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