sábado, 9 de fevereiro de 2008

Eu e os animais

Eu nunca gostei muito de animais de estimação.
Desde criança, nunca tive muita vontade de ter um cachorrinho, um gatinho, um passarinho e nem nada "inho".
Os bichos que eu tive, só tive porque ganhei de alguém, sem que eu pedisse.
Porém, há duas coisas meio esquisitas nessa minha (não) relação com animais: a forma como eles se vão e os nomes que eu arrumo para eles.
Querem ver?
Primeiro, há muuuitos anos atrás, eu tive uma tartaruga.
Eu não me lembro dela, mas minha mãe conta que eu chamava a coisinha de Xixa.
Nunca entendi o motivo desse nome, mas tudo bem. Criança é tudo louca mesmo, achei que o nome havia sido dado por influência da Xuxa. Mas hoje minha mãe comentou que o nome era Xixa porque derivava de Salsicha(!!!) e com isso eu descobri que eu já era meio besta naquela época.
Aí, um dia, a Xixa resolveu ir dar um rolê no caminhão do lixeiro e PLAFT! Morreu esmagada.
Tá, vou contar direito: a Dona Xixa costumava se esconder perto dos sacos de lixo que ficavam no quintal. Quando o caminhão passava, minha mãe pegava os sacos de lixo e levava pra fora, mas sempre afastava a Xixa.
Até o dia em que ela esqueceu de fazer isso e a Xixa se foi.
Como ela nunca mais foi vista pelo quintal, acreditamos na teoria de que ela tenha ido para o céu das tartarugas (ou para o céu das Salsichas?) por estar no lugar errado, na hora errada. se fodeu!
Depois da tartaruga (que aliás, é um animal que eu tenho nojo), eu tive um passarinho.
Sei lá o porquê, um amigo do meu pai me deu de presente.
Eu batizei o infeliz de Passarinho da Cabeça Vermelha. Por quê? Oras, porque ele tinha a cabeça vermelha mesmo.
Também não me lembro muito bem dele (foi na mesma época da Xixa), mas me lembro nitidamente do dia em que ele partiu.
Estávamos com visitas em casa e quando o povo todo foi embora, fomos acompanhar até o portão. Quando voltamos estava a gaiola caída e nada dentro dela. Um gato vagabundo havia devorado o passarinho.
Acho que eu fiquei traumatizada, porque depois disso, minhas lembranças de infância mostram anos e anos sem nenhum bichinho de estimação na minha casa.
Até que, um dia, aos 16 anos, eu resolvi que queria ter um esquilo (detalhe: nessa época eu morava em um apartamento).
Por motivos óbvios, não tinha como eu arranjar o esquilo, então comprei um "pequeno roedor" que meu pai dizia que era um musaranho, minha mãe dizia que era um bicho nojento e minha irmã desconfiava que fosse um simples rato de rua.
Segundo o moleque que me vendeu (por R$ 5,00), era fêmea. Beleza! Batizei de Minnie.
Mas, mamãe querida tem verdadeira fobia de qualquer tipo de roedor e, por causa disso, eu tive que dar a Minnie para um amigo do meu pai.
Era isso ou ver minha mãe chorando de medo que o ratinho saísse da caixa (sabe-se lá de que jeito) e, sei lá, virasse um monstro e a devorasse.
Optei pela minha mãe, né... afinal, quem é que ia cozinhar pra mim?
Mais um longo período sem animais até que um dia, eu e minha irmã achamos um passarinho bebê caído na calçada. Ficamos com dó e pegamos o pobrezinho. Colocamos em uma caixa de sapato e passamos a alimentá-lo usando uma pinça.
Ele precisava de um nome, né? Batizamos de Ernesto (em homenagem ao Ernesto "Che" Guevara).
Então, Ernesto cresceu, ficou gordinho, criou penas e dava pequenos passeios pelo quintal de casa, já que nós o estávamos criando, literalmente, livre como um pássaro. Até que um dia, ele sumiu.
Eu acho que ele conseguiu voar mais alto.
Minha irmã acha que a vizinha (gorda e velha) pulou o muro de madrugada e matou o pobrezinho para se vingar da bagunça que fazíamos na rua. Enfim...
Aí, uns 2 anos depois, meu irmão apareceu em casa com um filhote de cachorro.
Disse que salvou o vira-latas de ser atropelado e queria ficar ele.
Muitos "Deixa mãe? Deixa, vai?" depois, ele convenceu Dona Mamãe a deixar o pulguento ficar.
Acontece que minha mãe, precavida como é, perguntou: "Hélio, isso é macho ou é fêmea?" e ele respondeu que era macho.
Ok. Não vai ter problema de entrar no cio, pensamos.
Faltava agora dar um nome para o cachorro.
Minha criatividade borbulhou neste momento e eu soltei: "Tem cara de Evaristo."
A família aprovou o nome e nos acostumamos.
Um mês depois de Evaristo pra lá, Evaristo pra cá, meu pai foi em casa e conheceu o cachorro. "Que bonitinho, vamos dar banho nele."
Na hora do banho meu pai grita de lá do quintal: "Benhê, esse cachorro não é macho, não. É fêmea."
E aí? Deixamos Evaristo mesmo. E eu continuo me referindo à ela como "ele". Ou seja, temos um cachorro transexual.
Fora o Evaristo, ainda temos a Tati, a Tartaruga e Roberta, a peixinha Beta.
Aliás, semana passada eu descobri o sobrenome dela: Peixoto. Roberta Peixoto.
Como eu quero que ela se case, agora estamos procurando o Senhor Roberto Peixoto, para que eles sejam felizes e tenham um filho chamado Peixotinho.
E, seguindo a tradição daqui de casa, todos eles vão acabar morrendo/sumindo de maneiras misteriosas.
*
Ah! Se alguém quiser idéias de nomes para batizar animaizinhos, já sabem: falem comigo!
***
Trilha sonora: Cruisin, do filme Duets. Adoro essa música!


6 comentários:

Anônimo disse...

pra quem não gosta de bicho, vc até que tá bem...Eu tenho duas vira-latas que amo. Eu as tornei da mesma família (resquício marxista: proletários do mundo todo: uni-vos!) pelo sobrenome. São a Peste Negra ( pestinha, para os íntimos) e a Mancha Negra (manchinha, é claro). Da família Negra.
E tem também hordas de lagartixas aqui em casa. Foram chegando aos poucos, se reproduzindo e ficando. Um dia ainda vão me expulsar. :)

maray
www.gardenal.org/checaribe

Mila disse...

Ai!
Tenho pavor de lagartixas!

Mike disse...

hahahaha... já achou alguém para acasalar com a sua peixe-beta: EU. hahahahaah, ela Roberta Peixoto e eu, Mike Peixoto. Fechou!!!

Eu tenho duas tartarugas q ficaram em Floripa: Catarina Maria e Elizabeth Montgomery. Já tive um jabuti chamado Cindy B. de Bragança Segunda e um cachorro chamado Christopher Ralf. Agora tenho a minha cachorra amada, chamada Hannah Banana.

Eu tb adoro esta música... a melhor coisa deste filme, bem chatinho!

Anônimo disse...

Evaristo é super! Amei sua criatividade para nomes de bichinhos...
Quando eu tiver um gato ele vai se chamar Godô, de Godofredo. u.u

Laís Medeiros disse...

O mais exótico que tive foi um cachorro chamado Fofio. Porque antes de convencer meus pais a me darem, meu bichinho de estimação era uma caixa de fósforo (por isso, fo) ligada num FIO.
Maluquices infantis, enfim.
Até que um dia uma das minhas cadelas morreu atropelada na frente de casa. Daí desenvolvi uma aversão a animais de estimação.
Mas ainda pretendo ter gatos, muito gatos.

=**

Mila disse...

hahaha
Laís, amei o Fofio.
Ganhou de todos os que eu já tive!

E os do Mike, super chiques!