A inocência das crianças, que coisa bonita, não é mesmo? Bonita quando não te constrange.
Outro dia, indo ao mercado, Alice passou na frente da avicultura e, como sempre faz, pediu pra ir ver os pintinhos que ficam numa gaiola enorme, esperando alguém comprá-los. Só que nesse dia não havia nenhum pintinho. Eram codornas. Ela nunca tinha visto codorninhas, até então. Ficou impressionada com o tamanho dos "pintinhos" e gritou:
- Nossa, mãe! Olha esses pintão! São enormes!
Daí foi a mãe (popularmente conhecida como eu mesma) meio constrangida e meio que achando graça explicar que não são pintinhos e nem pintões. São codornas, filha.
***
Trilha Sonora: TV, criança, calor (ventilador ligado é a trilha sonora do calor).
quinta-feira, 21 de setembro de 2017
quarta-feira, 20 de setembro de 2017
Um Favorzinho Rapidinho, Por Favorzinho?
A cara de pau das pessoas. Sério. A cara de pau das pessoas é um negócio que me surpreende demais.
Tava lá hoje trabalhando, chega uma professora na secretaria e pergunta, educada e mansamente, se a gente poderia por favor digitalizar "umas fotos" pra ela e depois enviar por email pra ela. A moça que trabalha comigo, atolada de serviço, disse que não poderia justamente porque estava sem tempo. Eu, não tão atolada de serviço, mas já prevendo o abuso, disse que eu até poderia SE não fossem muitas fotos e SE ela não voltasse pra eu fazer isso num dia muito atarefado. Aí ela desenrolou:
- Ah, que bom, meu anjo! São 6 fotinhos só, mas o cara lá queria me cobrar R$ 1,00 por cada foto!!! Que absurdo! E eu...
- Ih... Não vou poder, não. Esqueci um detalhe: o computador dela *a colega que disse não* é ligado na impressora para digitalizar as coisas. Se ela tá ocupada, o computador também fica ocupado e não vou conseguir fazer pra você, não.
- Ah... Que pena. Tudo bem, então. Vou ver um lugar pra fazer. [atenção para a finalidade de digitalizar as tais 6 fotos:] É que vão fazer uma homenagem pra minha prima numa festa e vai ter essa surpresa, então pediram pra cada um separar algumas fotos pra passar no telão...
Quer dizer que a bonita não queria gastar R$ 6,00 e nem perder o tempo dela porque tem uma trouxa (no caso, eu) que poderia fazer tudo de graça, não é um ótimo negócio, minha gente? Ah, vai se foder, meu anjo.
***
Trilha Sonora: Novela, ventilador e Alice tagarela tagarelando tagarelices.
Tava lá hoje trabalhando, chega uma professora na secretaria e pergunta, educada e mansamente, se a gente poderia por favor digitalizar "umas fotos" pra ela e depois enviar por email pra ela. A moça que trabalha comigo, atolada de serviço, disse que não poderia justamente porque estava sem tempo. Eu, não tão atolada de serviço, mas já prevendo o abuso, disse que eu até poderia SE não fossem muitas fotos e SE ela não voltasse pra eu fazer isso num dia muito atarefado. Aí ela desenrolou:
- Ah, que bom, meu anjo! São 6 fotinhos só, mas o cara lá queria me cobrar R$ 1,00 por cada foto!!! Que absurdo! E eu...
- Ih... Não vou poder, não. Esqueci um detalhe: o computador dela *a colega que disse não* é ligado na impressora para digitalizar as coisas. Se ela tá ocupada, o computador também fica ocupado e não vou conseguir fazer pra você, não.
- Ah... Que pena. Tudo bem, então. Vou ver um lugar pra fazer. [atenção para a finalidade de digitalizar as tais 6 fotos:] É que vão fazer uma homenagem pra minha prima numa festa e vai ter essa surpresa, então pediram pra cada um separar algumas fotos pra passar no telão...
Quer dizer que a bonita não queria gastar R$ 6,00 e nem perder o tempo dela porque tem uma trouxa (no caso, eu) que poderia fazer tudo de graça, não é um ótimo negócio, minha gente? Ah, vai se foder, meu anjo.
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Trilha Sonora: Novela, ventilador e Alice tagarela tagarelando tagarelices.
sábado, 16 de setembro de 2017
Chegou a Idosa
Lá na escola onde trabalho o pessoal do grêmio tem colocado uma caixa de som na hora do intervalo e fica aquela guerra Direção X Grêmio sobre qual música podem ou não tocar. Rap das Armas, por exemplo, tá na lista dos proibidos.
Daí ontem colocaram Cerol na Mão, do Bonde do Tigrão. A aluna semi-empolgada na quase coreografia comentou com a outra:
- Essa é bem velha, mas é legal...
Ooooopaaa!!! Tive que intervir.
- Não fala que é velha, não, ow! Tocou na minha festa de 15 anos, menina! Tá me chamando de velha?
- Não... Erh... Não é tão velha assim, é que já faz um tempo...
- Shiiiu! Não conserta, não. Deixa quieto. Não conserta que vai piorar.
Essa juventude de hoje não respeita mais ninguém mesmo. Não respeitam nem os clássicos. Ainda que os clássicos já sejam ♫ Vou passar cerol na mão Vou sim Vou sim... ♫
Quer dizer, agora quando eu quiser falar que sou velha sem citar minha idade, já posso dizer que sou do tempo que Bonde do Tigrão não era música de velho.
***
Trilha Sonora: Raul Seixas no filme sobre a vida dele: O Início, O Fim E O Meio. Eu não sou fã dele, mas admito que esse filme é bem bom.
Daí ontem colocaram Cerol na Mão, do Bonde do Tigrão. A aluna semi-empolgada na quase coreografia comentou com a outra:
- Essa é bem velha, mas é legal...
Ooooopaaa!!! Tive que intervir.
- Não fala que é velha, não, ow! Tocou na minha festa de 15 anos, menina! Tá me chamando de velha?
- Não... Erh... Não é tão velha assim, é que já faz um tempo...
- Shiiiu! Não conserta, não. Deixa quieto. Não conserta que vai piorar.
Essa juventude de hoje não respeita mais ninguém mesmo. Não respeitam nem os clássicos. Ainda que os clássicos já sejam ♫ Vou passar cerol na mão Vou sim Vou sim... ♫
Quer dizer, agora quando eu quiser falar que sou velha sem citar minha idade, já posso dizer que sou do tempo que Bonde do Tigrão não era música de velho.
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Trilha Sonora: Raul Seixas no filme sobre a vida dele: O Início, O Fim E O Meio. Eu não sou fã dele, mas admito que esse filme é bem bom.
segunda-feira, 10 de julho de 2017
Do Que O Amor É Feito
Sexta-feira eu entrei num botequinho pra comer pastel depois do trabalho. Tava lá comendo, quando entrou um casal que, se somasse a idade dos dois, devia passar fácil dos 140 anos.
Os dois andando em passos lentos e bem calculados, cumprimentaram a mulher atrás do balcão, que observou que a voz da senhorinha estava meio rouca e esta respondeu que era a gripe ainda, que não sabia mais o que tomar para melhorar. O marido, então, rindo disse:
- Toma uma cerveja bem gelada. Dona Zezinha, vê uma cerveja bem gelada pra ela!
A senhora olhou pra mim e disse, sorrindo da graça do marido:
- Vai que ajuda, né? Já tomei tanto remédio, de repente uma cervejinha gelada faz a gripe passar...
Concordei sorrindo e fazendo que sim com a cabeça, achei que fosse brincadeira deles. Não era.
Dona Zezinha perguntou então o que eles iam querer e o senhor respondeu o que iam comer e pediu a cerveja mais geladinha que tivesse no freezer.
Sentaram-se lá fora, na mesa da calçada pra beber sua cerveja e, quando fui embora, vi os dois papeando e sorrindo um pro outro, com a despreocupação típica de dois adolescentes matando aula pra namorar ou, melhor ainda, de dois aposentados que já não devem satisfação pra ninguém nessa vida e sabem que essa mesma vida pode acabar a qualquer momento.
Vim embora pensando no quanto havia naquela cena que me servia de lição e inspiração. Quantas histórias, problemas, dúvidas, cumplicidade e certezas caberiam naqueles anos de amor e amizade entre os dois?
Quantas vezes teriam pensado em desistir ou mandar o outro pro inferno? Mas ao invés de ceder ao impulso fácil da raiva, se contiveram, respiraram fundo e pensaram no prêmio final de suas vidas: poder sentar-se ao lado da pessoa que escolheu pra viver junto, às 17h30 de uma sexta-feira de inverno, tomando uma cerveja gelada e rindo da vida.
***
Trilha Sonora: You - The Pretty Reckless
Os dois andando em passos lentos e bem calculados, cumprimentaram a mulher atrás do balcão, que observou que a voz da senhorinha estava meio rouca e esta respondeu que era a gripe ainda, que não sabia mais o que tomar para melhorar. O marido, então, rindo disse:
- Toma uma cerveja bem gelada. Dona Zezinha, vê uma cerveja bem gelada pra ela!
A senhora olhou pra mim e disse, sorrindo da graça do marido:
- Vai que ajuda, né? Já tomei tanto remédio, de repente uma cervejinha gelada faz a gripe passar...
Concordei sorrindo e fazendo que sim com a cabeça, achei que fosse brincadeira deles. Não era.
Dona Zezinha perguntou então o que eles iam querer e o senhor respondeu o que iam comer e pediu a cerveja mais geladinha que tivesse no freezer.
Sentaram-se lá fora, na mesa da calçada pra beber sua cerveja e, quando fui embora, vi os dois papeando e sorrindo um pro outro, com a despreocupação típica de dois adolescentes matando aula pra namorar ou, melhor ainda, de dois aposentados que já não devem satisfação pra ninguém nessa vida e sabem que essa mesma vida pode acabar a qualquer momento.
Vim embora pensando no quanto havia naquela cena que me servia de lição e inspiração. Quantas histórias, problemas, dúvidas, cumplicidade e certezas caberiam naqueles anos de amor e amizade entre os dois?
Quantas vezes teriam pensado em desistir ou mandar o outro pro inferno? Mas ao invés de ceder ao impulso fácil da raiva, se contiveram, respiraram fundo e pensaram no prêmio final de suas vidas: poder sentar-se ao lado da pessoa que escolheu pra viver junto, às 17h30 de uma sexta-feira de inverno, tomando uma cerveja gelada e rindo da vida.
***
Trilha Sonora: You - The Pretty Reckless
Sobre:
cenas (ir)reais,
vivendo e aprendendo
quinta-feira, 22 de junho de 2017
Feliz Natal, Amém!
Outro dia Alice foi fazer a oração dela, como de costume, antes de dormir. Ela sempre começa e eu acompanho ou só ouço. Ela começou, como ensinei, primeiro agradecendo e depois pedindo bençãos:
- Obrigada, Papai Noel...
- É o quê?! Obrigada, quem? hahaha
- Ah! Opa! Obrigada Papai do Céu, né? Mas não pode Papai Noel?
- Ah... Não, né? A gente ora pro Papai do Céu. Papai Noel é meio primo dele, mas a gente só fala com ele no Natal.
- Eles são primos?
- Mais ou menos. Ora aí, vai.
Daí outro dia ela acabou a oração dela pedindo pra Deus abençoar mamãe, papai, vovô, vovó, tios, tia, professora, estagiárias, funcionários da escola... e o Papai Noel, amém.
Vou discutir com ela? Cada um com a sua fé, não é mesmo?
***
Trilha Sonora: vocês não fazem ideia do quanto uma escola pode ser barulhenta mesmo quando os alunos não estão em hora de recreio. Sério.
- Obrigada, Papai Noel...
- É o quê?! Obrigada, quem? hahaha
- Ah! Opa! Obrigada Papai do Céu, né? Mas não pode Papai Noel?
- Ah... Não, né? A gente ora pro Papai do Céu. Papai Noel é meio primo dele, mas a gente só fala com ele no Natal.
- Eles são primos?
- Mais ou menos. Ora aí, vai.
Daí outro dia ela acabou a oração dela pedindo pra Deus abençoar mamãe, papai, vovô, vovó, tios, tia, professora, estagiárias, funcionários da escola... e o Papai Noel, amém.
Vou discutir com ela? Cada um com a sua fé, não é mesmo?
***
Trilha Sonora: vocês não fazem ideia do quanto uma escola pode ser barulhenta mesmo quando os alunos não estão em hora de recreio. Sério.
quarta-feira, 21 de junho de 2017
Mantendo a Forma
Ontem, 19h, meu pai sugeriu uma pizza:
- Vamos pedir pizza?
- Hmm... Acho que eu não aguento.
- Pizza? Vamos pedir...
- Não posso. Estou comendo desde 15h30.
- Ah, o que tanto você comeu?
- Saí do trabalho comendo um pacote de biscoito de polvilho. Daí comi uma tortuguita. Cheguei em casa e fui buscar pão e mortadela na padaria. Comi um pãozinho doce recheado com doce de leite... delicioso... depois comi dois pães com mortadela e requeijão. Depois comi um espetinho de carne. Aí comi bolo de pote e acabei de comer outro espetinho de carne. Estou com a barriga um pouco pesada.
Sigo firme no meu projeto #verão2017 porque verão minhas gordurinhas todas e eu quero que se foda, porque eu como mesmo e "a boca foi feita é pá cumê" (na verdade eu como muito quando estou ansiosa, mas ok. Logo a ansiedade passa).
***
Trilha Sonora: o celular da coleguinha não pára de tocar, mas ela não quer atender. Ainda bem que não tem toque de música. Uma pena que ela não use a função Silencioso dele.
- Vamos pedir pizza?
- Hmm... Acho que eu não aguento.
- Pizza? Vamos pedir...
- Não posso. Estou comendo desde 15h30.
- Ah, o que tanto você comeu?
- Saí do trabalho comendo um pacote de biscoito de polvilho. Daí comi uma tortuguita. Cheguei em casa e fui buscar pão e mortadela na padaria. Comi um pãozinho doce recheado com doce de leite... delicioso... depois comi dois pães com mortadela e requeijão. Depois comi um espetinho de carne. Aí comi bolo de pote e acabei de comer outro espetinho de carne. Estou com a barriga um pouco pesada.
Sigo firme no meu projeto #verão2017 porque verão minhas gordurinhas todas e eu quero que se foda, porque eu como mesmo e "a boca foi feita é pá cumê" (na verdade eu como muito quando estou ansiosa, mas ok. Logo a ansiedade passa).
***
Trilha Sonora: o celular da coleguinha não pára de tocar, mas ela não quer atender. Ainda bem que não tem toque de música. Uma pena que ela não use a função Silencioso dele.
segunda-feira, 12 de junho de 2017
O Pouco Que Eu Sei Sobre O Que Eu Não Sei
Eu comecei a escrever uma comparação absurda que inicialmente fazia muito sentido na minha cabeça entre amar e subir uma montanha. Desisti no meio do segundo parágrafo porque percebi que não entendo nada de escalar montanhas e talvez não entenda o suficiente sobre amar. Eu me relacionei à sério com 3 pessoas em toda a minha vida que tem apenas 31 anos, dos quais menos de 20 contam com enredos românticos e beijos apaixonados.
O que eu sei do amor? Que ele pode dar certo por um tempo e de uma hora pra outra um dos dois perde o interesse e pula fora? Que ele pode dar certo por um tempo, mas de repente um dos dois percebe que é mais vantagem voltar pra ex namorada e pula fora? Que ele pode dar certo por um tempo até que um dos dois decide que na mesa ao lado tem uma pessoa mais interessante e afetuosa e acha que tá tudo ok não pular fora antes de fazer isso? Isso é basicamente o que eu sei do que me mostraram do amor.
O amor que eu tentei mostrar pra essas pessoas nesses anos é tão maior e mais simples que isso. Tão mais importante do que estar 24h dando sinal de vida pro outro e provando publicamente um amor que só deveria interessar para duas pessoas.
O que eu entendo por amor, mas não sei se está correto, porque não me provaram o mesmo ainda, é que quando a gente ama o outro, a gente respeita mesmo na ausência, a gente luta pra ser uma pessoa melhor porque isso significa também ser melhor pro outro, a gente se esforça para estar mais perto mesmo que isso signifique deixar pra trás toda uma vida e rotina que não cabem na mala.
Eu não fui a melhor das namoradas nesses quase 20 anos de relacionamentos. Eu tenho defeitos horríveis. Eu sou capaz de dizer e fazer coisas horríveis. Mas eu amo. Eu admito meus erros e tento melhorar. Eu respeito quem está ao meu lado, mesmo quando não está ao meu lado. Eu movo montanhas se achar que a montanha está no nosso caminho e minha função é mover aquela montanha naquele momento. E talvez isso não faça de mim a melhor das namoradas, mas sei que faz de mim uma boa namorada.
Só que nada disso me garante alguma sabedoria sobre o amor.
Eu não sei o que é o amor, porque eu só sei o que é sentir amor por alguém.
E eu não sei nem como terminar isso, porque me perdi completamente nos meus pensamentos, não sei mais onde eu queria chegar com isso e, assim como as experiências que tive do amor, tudo fazia muito sentido no começo, mas de repente percebi que me enganei e não sei pra onde estou indo mais.
Talvez isso seja um bom fim. Pelo menos para esse post.
***
Trilha Sonora: You - The Pretty Reckless. Ouvindo no repeat porque é maravilhosa demais.
O que eu sei do amor? Que ele pode dar certo por um tempo e de uma hora pra outra um dos dois perde o interesse e pula fora? Que ele pode dar certo por um tempo, mas de repente um dos dois percebe que é mais vantagem voltar pra ex namorada e pula fora? Que ele pode dar certo por um tempo até que um dos dois decide que na mesa ao lado tem uma pessoa mais interessante e afetuosa e acha que tá tudo ok não pular fora antes de fazer isso? Isso é basicamente o que eu sei do que me mostraram do amor.
O amor que eu tentei mostrar pra essas pessoas nesses anos é tão maior e mais simples que isso. Tão mais importante do que estar 24h dando sinal de vida pro outro e provando publicamente um amor que só deveria interessar para duas pessoas.
O que eu entendo por amor, mas não sei se está correto, porque não me provaram o mesmo ainda, é que quando a gente ama o outro, a gente respeita mesmo na ausência, a gente luta pra ser uma pessoa melhor porque isso significa também ser melhor pro outro, a gente se esforça para estar mais perto mesmo que isso signifique deixar pra trás toda uma vida e rotina que não cabem na mala.
Eu não fui a melhor das namoradas nesses quase 20 anos de relacionamentos. Eu tenho defeitos horríveis. Eu sou capaz de dizer e fazer coisas horríveis. Mas eu amo. Eu admito meus erros e tento melhorar. Eu respeito quem está ao meu lado, mesmo quando não está ao meu lado. Eu movo montanhas se achar que a montanha está no nosso caminho e minha função é mover aquela montanha naquele momento. E talvez isso não faça de mim a melhor das namoradas, mas sei que faz de mim uma boa namorada.
Só que nada disso me garante alguma sabedoria sobre o amor.
Eu não sei o que é o amor, porque eu só sei o que é sentir amor por alguém.
E eu não sei nem como terminar isso, porque me perdi completamente nos meus pensamentos, não sei mais onde eu queria chegar com isso e, assim como as experiências que tive do amor, tudo fazia muito sentido no começo, mas de repente percebi que me enganei e não sei pra onde estou indo mais.
Talvez isso seja um bom fim. Pelo menos para esse post.
***
Trilha Sonora: You - The Pretty Reckless. Ouvindo no repeat porque é maravilhosa demais.
domingo, 16 de abril de 2017
Uma Carta de Ex-Amor
Tem aquela música "achei um 3x4 teu e não quis acreditar que tinha sido há tempo atrás..." e ela não me sai da cabeça há dias, desde que eu achei um 3x4 teu perdido (guardado) nas minhas coisas e parei pra pensar no quanto você e eu mudamos e nos distanciamos do que éramos um pro outro e pra nós mesmos.
Acontece que o universo é essa coisa engraçada que, sem mais nem menos, começa a te jogar indiretas e sinais na cara a todo momento e, veja bem, universo, não estou mesmo interessada nessa história, isso acabou faz tempo, não tem mais nada a ver "issaê", Seu Universo, me deixa, faz favor? Tô feliz, ele também, temos nossas vidas, seguimos caminhos opostos, pára de cutucar o passado, por gentileza? Mas não tem resposta nenhuma e o universo me fez até sonhar com uma situação surreal só pra me mostrar que, veja bem, os caminhos foram trocados, mas ainda estão de alguma forma entrelaçados pra sempre. Os amigos são os mesmos, os interesses são os mesmos, ainda há em ambos o desejo de encontrar num sebo aquele livro raro que só nós dois conhecemos, o bairro da infância ainda é o mesmo, as memórias de algumas das primeiras descobertas serão pra sempre as mesmas e, até onde se sabe, o carinho é uma coisa que ainda existe.
Percebi que muito do que somos hoje é resultado do que fomos juntos um dia. Esse teu lado esotérico, meio hippie, meio roots de acampar e ver estrelas e se ligar nas coisas da natureza é quase um reflexo do que eu era e você não se ligava muito, embora me acompanhasse com certa curiosidade quando eu te falava dos seres da natureza e das fases da lua. O meu jeito meio seco de amar e evitar demonstrar que me importo é reflexo do que vivi com você, quando eu expunha todo o meu amor pelas paredes e papéis e depois tive que encarar todas aquelas paredes e papéis dizendo coisas que não existiam mais.
Nunca achei que fosse justo que outras pessoas pagassem pelos erros que você cometeu, mas não posso evitar e essa foi a marca que você deixou na minha vida. De um jeito meio errado, eu sei, mas esse foi o jeito de lembrar pra sempre que você esteve no meu caminho por tanto tempo.
Eu só queria te dizer isso: você foi importante na minha vida. Eu aprendi muito com você e também com o que vivi depois de você, enquanto tentava reorganizar meus passos. Você ainda tem um lugar especial nas minhas memórias e sempre que eu ouvir alguém falar de esquilos ou passar pela cidade de Embu, vou me lembrar daquele casal imaturo e apaixonado que fomos um dia. Nos divertimos muito, te amei muito e gostaria de poder agradecer um dia, pessoalmente, por todas as boas lembranças que você me deixou.
Estou feliz no caminho que segui, imagino que você esteja feliz no seu caminho e, do fundo do meu coração, onde um dia você mandou e desmandou, desejo "que o verão do seu sorriso nunca acabe".
***
Escrevi esse post há alguns meses e, pra evitar conflitos, deixei no rascunho. Ainda bem que não apaguei. Agora estamos livres.
***
Escrevi esse post há alguns meses e, pra evitar conflitos, deixei no rascunho. Ainda bem que não apaguei. Agora estamos livres.
***
Trilha Sonora: A rádio mental tá tocando um medley bem mal feito de Vamos Fazer Um Filme - Legião Urbana com Você Me Encantou Demais - Natiruts.
Sobre:
Aqui dentro,
As Cartas
domingo, 9 de abril de 2017
Eu Sinto Muito
Eu sinto muito. Eu sinto muito o amor e eu sinto muito a dor. Quando eu amo, eu amo com força. Eu me jogo do último andar do amor e caio em queda livre, sentindo o ventinho no rosto, sentindo o corpo pesando rumo ao chão. Inevitavelmente chegarei ao chão. Pode ser que eu chegue ao chão e haja todo um aparato para evitar que eu me quebre toda e pode ser que haja simplesmente o chão. E ali eu me arrebento e também sinto muito a dor. Sinto cada ferida, cada osso quebrado, cada hematoma e, para ter certeza que eu realmente caí, eu aperto e cutuco e arranco casquinhas. Eu gosto de sentir muito. Há um prazer quase masoquista em sentir muito. Porque dói. Mas eu gosto. Eu chego ao meu limite. E chegar ao meu limite é o meu método de esquecer a dor. Ou me acostumar com ela. Como se cada segundo a mais de dor me preparasse para os segundos seguintes, até que eu esteja tão habituada a doer, que não já não importarei ou não sentirei mais nada. Então eu sei que poderei seguir em frente. Não que tenham sumido os sinais da queda. Eles estão lá e alguns serão eternos, mas eu me habituo e não ligo mais pra eles. Passam a fazer parte do meu corpo, como uma tatuagem feita para que eu olhe e me lembre sempre do motivo dela estar ali.
Eu sinto muito. Sempre sentirei muito e isso me deixa mais forte e destemida para as próximas vezes que eu me jogar do último andar do amor. Até que um dia, em uma dessas quedas, sentindo o vento no rosto e o corpo pesado, eu perceba que alguém me deu antes do pulo um pára-quedas pra que eu abra e me sinta segura para, finalmente, ao invés de cair, voar.
***
Trilha Sonora: Until We Fall - Audioslave "Bought everything that sounded good I understand that I've been misunderstood"
Eu sinto muito. Sempre sentirei muito e isso me deixa mais forte e destemida para as próximas vezes que eu me jogar do último andar do amor. Até que um dia, em uma dessas quedas, sentindo o vento no rosto e o corpo pesado, eu perceba que alguém me deu antes do pulo um pára-quedas pra que eu abra e me sinta segura para, finalmente, ao invés de cair, voar.
***
Trilha Sonora: Until We Fall - Audioslave "Bought everything that sounded good I understand that I've been misunderstood"
Sobre:
(re)começo,
Aqui dentro
terça-feira, 28 de fevereiro de 2017
Recomendo #2
Esse post atrasou como sempre, porque não tenho comprometimento nenhum com esse blog e eu nem deveria ter, estou aqui só pelo passatempo. mas saiu!
Os links do que andei vendo, lendo, ouvindo e fazendo nos últimos dias:
Pra ouvir
Os links do que andei vendo, lendo, ouvindo e fazendo nos últimos dias:
Pra ouvir
- Radio Garden - Nesse link você consegue ouvir rádios diversas, pelo mundo todo. Quando você abrir, ele vai te levar para as rádios da sua cidade ou proximidades. Daí você vai clicando nas bolinhas verdes, girando o globo terrestre e ouvindo coisas do mundo todo. É bem legal pra quem gosta de música e quer gastar um tempinho à toa. Agora, por exemplo, acabei de descobrir que tem um lugar no PR chamado Borrazópolis.
Pra fazer
- Bullet Journal - Quem acompanha os pins mais recentes do Pinterest já deve ter visto imagens de journaling bullet journal, bujo e semelhantes. Comecei a fazer em outubro e é uma agenda misturada com uma terapia misturada com um planner misturado com scrapbok misturado com uma diário misturado com listas... Mas pode ser apenas uma agenda. É uma delícia de fazer e me ajuda muito na organização da minha rotina.
Pra ler
- Gravidez não é doença, mas é debilitante - Esse post aqui da Isa Kanupp, do Para Beatriz é ótimo para as grávidas e as pessoas que convivem com grávidas. Só quem passou por uma gestação sabe o tanto de julgamento e palpite que a gente enfrenta. Chega a nos atordoar a ponto de questionarmos se estamos no caminho certo, se somos normais, se vamos conseguir cuidar do bebê... É foda.
Pra instalar
- Rando - Um app de troca anônima de fotos com pessoas do mundo todo. Você tira uma foto de qualquer coisa e manda. Alguém recebe em alguma parte do mundo e imediatamente uma foto que essa pessoa tirou chega pra você também. Não tem como saber quem recebeu porque só dá pra ver a localização da pessoa num mapa. Esse app funcionava há uns anos e parou de repente. Fiquei bem decepcionada. Um dia eu fui fuçar e descobri que tinha voltado a funcionar. É bem legal pra brincar quando você está à toa na vida, vendo a banda passar.
- Jogo do Futurama - É estilo um Candy Crush, mas com o tema do Futurama. Achei gostosinho de jogar. Tem umas piadas entre uma fase e outra, tudo bem divertido se você gostar do desenho.
- Neko Atsume - Um jogo que nem é bem um jogo. A sua tarefa é colocar comida e brinquedo para os gatos que eventualmente visitarão seu quintal e, em agradecimento, te deixarão presentes e dinheiros (tem o dinheiro dourado e o dinheiro prata). O dinheiro você usa para comprar mais comida e mais brinquedos e decorações para o quintal. De vez em quando vem algum gato raro visitar e, para todos os eles, há um álbum de fotos que você deve preencher fotografando os peludos quando abre o app e eles estão lá de bobeira no seu quintal. É bem simples e bobinho, mas estamos viciadas nele há tempos, Alice e eu. Até já tirei e fiquei um tempo sem usar, mas acabei instalando de novo.
Pra ver
Essa foto que tirei da janela da minha casa um dia desses. Gosto de morar aqui? Não. Gostaria de morar em outra cidade? Sim. Agradeço a Deus pela vista maravilhosa? Sempre.
***
Trilha Sonora: Abertura do desenho Caillou, culpa da Alice.
sábado, 11 de fevereiro de 2017
Recomendo #1
Faz tempo que quero começar uma série de posts aqui, recomendando coisas diversas por 2 motivos:
- Uso internet o dia todo e vejo muita coisa legal.
- As pessoas sempre perguntam surpresas onde eu encontro todos os links interessantes/divertidos/diferentes que compartilho e mostro a elas.
Então, isso seria um bom jeito de atualizar mais esse bolologue e ainda espalhar bons links por aí, nessa internet de meu Deus (porque obviamente meu blog tem milhões de acessos e leitores fiéis, né?). De quebra ainda resolveria uma meta antiga minha de pegar mais firme com isso aqui, que eu gosto, mas ando meio desanimada.
Acho que eu até já rascunhei um post desse tipo de recomendações. Talvez até tenha postado, mas não lembro mesmo e não vou procurar por motivos de tempo é dinheiro (não tenho nem tempo e nem dinheiro).
Vai funcionar assim: vários temas e o que achei de mais legal dentro desses temas nas últimas semanas, meses, anos (tem coisa que descubro e esqueço de recomendar, ué). Isso até eu me encher ou descobrir um jeito melhor de fazer essa série.
Pra Ouvir
Pra Ler
Pra Assistir
Pra Jogar
Pra Aquecer o Coração
- Uso internet o dia todo e vejo muita coisa legal.
- As pessoas sempre perguntam surpresas onde eu encontro todos os links interessantes/divertidos/diferentes que compartilho e mostro a elas.
Então, isso seria um bom jeito de atualizar mais esse bolologue e ainda espalhar bons links por aí, nessa internet de meu Deus (porque obviamente meu blog tem milhões de acessos e leitores fiéis, né?). De quebra ainda resolveria uma meta antiga minha de pegar mais firme com isso aqui, que eu gosto, mas ando meio desanimada.
Acho que eu até já rascunhei um post desse tipo de recomendações. Talvez até tenha postado, mas não lembro mesmo e não vou procurar por motivos de tempo é dinheiro (não tenho nem tempo e nem dinheiro).
Vai funcionar assim: vários temas e o que achei de mais legal dentro desses temas nas últimas semanas, meses, anos (tem coisa que descubro e esqueço de recomendar, ué). Isso até eu me encher ou descobrir um jeito melhor de fazer essa série.
Pra Ouvir
- First Aid Kit - Ouvi numa playlist que a Raquel, do Draminha, compartilhou num post dia desses e eu achei ótimo.
- A trilha do revival de Gilmore Girls - A mesma vibe lalala das 7 temporadas originais, as mesmas vozes suaves meio roucas e uma ou outra voz mais famosa. Reflecting Light, por exemplo, que música maravilhosa. ♥
- Liniker - Ouvi por recomendação de um vídeo da Jout Jout. Já tinha ouvido falar e lido algo a respeito, mas ainda não tinha parado pra ouvir a música. Que voz! Que ritmo bom! Que letra gostosa!
Pra Ler
- Ando meio sem tempo e concentração pra sentar e ler um livro, mas estou tentando começar
A Insustentável Leveza do Ser. Já parei e comecei outro. Estou tentando Uma Curva no Tempo e acho que por ser uma leitura mais fácil, me prendeu mais. Faz uns 3 dias que tô andando com o livro pela casa e lendo de verdade. - Apesar de andar com bastante preguiça de notícias (só roubalheira, pilantragem, tragédia, Deus me dibre!), tenho lido meio por cima a newsletter do Brio com resumo diário das principais notícias dos principais portais e jornais. Pra quem gosta de abrir a Uol pra dar aquela atualizada ou ligar no JN pra saber o que aconteceu no dia, essa newsletter é bem legal, dá pra usar de introdução antes de se aprofundar em determinados fatos.
- Draminha tem sido o único blog que leio com fidelidade, a cada novo post. Mas, apesar de adorar, admito que só consigo ler porque assinei pra receber por email as atualizações e como fico com o email aberto o dia todo, o post chega e eu já vejo. Se não fizer assim, acabo esquecendo de visitar e ler. E é uma pena, porque tenho perdido esse hábito de visitar e comentar blogs que gosto.
Pra Assistir
- One Day at a Time merece tanto ser assistida que já fiz até um post recomendando.
- Orphan Black já está caminhando para a 5ª temporada e, confesso, muitas vezes eu fico boiando nos conceitos e explicações científicas, mas a ideia da série é ótima, o roteiro tem ficado cada vez melhor e mais tenso. Eu sento pra ver um episódio e quando percebo já foram 2...3. Quando quero ver, tenho que estar sem sono nenhum pra prestar atenção na trama e com tempo para ficar até tarde vendo, sem preocupação de acordar cedo no dia seguinte.
- Barbie Life in The Dreamhouse. É sério. Eu vejo com a Alice desde que ela era pequenininha, porque ela começou a assistir e fui ver junto, mas quem acabou viciada fui eu. É muito engraçado! Se você teve Barbies na infância e conhece um pouco a história dela e os nomes dos bonecos clássicos, vai pescar várias piadinhas que crianças não entendem de cara se um adulto não explicar. Por exemplo: antigamente a irmãzinha da Barbie se chamava Kelly. De uma hora pra outra o nome mudou pra Chelsia. E tem a Raquelle, que é a "vilã" e insiste em chamar a Chelsia de Kelly, o que deixa a garotinha louca da vida. Fora as referências às mil profissões da Barbie e o mistério da idade dela, eternamente jovem. Tem na Netflix também, mas só a 1ª temporada.
Pra Jogar
- The Simpsons - Tapped Out é um jogo de clicar e coletar dinheiro/cumprir tarefas pra subir de nível. Tem todos os personagens dos Simpsons, incluindo uns que eu nem nunca vi. Tem os prédios, o roteiro ácido, referência aos episódios... Pra quem gosta do desenho, é um jogo bem legal. O único problema é o tamanho dele. Semanas atrás precisei tirar ele do meu celular porque não tava dando mais pra excluir coisas e evitar instalar outras para poder manter ele. Estou em abstinência. Mas se você tem um celular ou tablet com memória sobrando, vale a pena.
- Fantastic Dizzy é um jogo antiiiiiigo (de uma série de outros jogos com o mesmo personagem, Dizzy), que eu jogava num vídeo game que tive nos anos 90. É um dos melhores jogos que já conheci. E estou recomendando ele, apesar de antigo, porque descobri recentemente que ele está disponível on line, sem precisar baixar nada, completinho. É uma aventura meio quebra cabeça, viciante. E não é fácil.
- Where's Waldo? - é o Onde Está Wally? conhecido dos anos 90 que achei disponível no site do personagem. É bem gostoso pra passar o tempo. Você tem que ir localizando naquelas ilustrações mega detalhadas todos os itens que ele pede, entre personagens e objetos. São 4 mapas diferentes e igualmente difíceis.
Pra Aquecer o Coração
- Razões Para Acreditar sempre me faz sorrir ou chorar de emoção quando leio alguma notícia de lá. Bom para recuperar as esperanças na humanidade, lembrar que podemos ser melhores com o mundo e que nossos problemas podem parecer bem pequenos perto de problemas alheios.
- Abrindo Sorrisos é um projeto lindo que conheci em um grupo materno no fb. Desde que soube da construção da brinquedoteca no Jardim Ângela, em SP, venho tentando ajudar com doações e divulgação entre meus amigos. Atualmente está rolando uma rifa de R$ 5,00 o número para ajudar com umas coisas que ainda faltam por lá. Quem puder ajudar, doe, compre números da rifa, separe brinquedos... Quem não puder ajudar, divulgue. É muito importante e vai ajudar muita gente.
- RatherNice é uma extensão que coloquei no Chrome e, cada vez que abro uma nova aba, ele me fala uma frase bonitinha. Agora, por exemplo, ele disse isso:
***
Trilha Sonora: Sam Phillips - I Don't know How to Say Goodbaye to You foi a última que ouvi aqui. Mas como o post demorou uns dias pra sair, teve mais coisa. Me lembra muito Cyndi Lauper.
domingo, 5 de fevereiro de 2017
One Day at a Time - Netflix
Agora em janeiro, entre uma angústia e outra, me permiti começar um seriado novo assim que acabei de ver a última temporada disponível de Orphan Black ("me permiti" porque, veja bem, minha vida é feita de escolhas: ou eu vejo séries ou eu durmo cedo. Ou eu cuido da minha filha ou eu durmo no meio do dia, caso tenha optado por ver séries até de manhã).
Nem rodei muito o catálogo da Netflix, vi em destaque nas recomendações pra mim a série One Day at a Time. Li a sinopse, vi o trailer e me interessei.
Comecei a ver e amei!
A série é uma refilmagem de uma outra série de mesmo nome, dos ano 70. Não cheguei a ver a antiga, mas vendo os temas abordados nessa da Netflix, imagino que tenham dado uma modernizada nos temas abordados e no roteiro de forma geral.
É uma sitcom que mostra a rotina de uma mulher, Penelope, filha de uma família cubana, que cuida dos filhos com a ajuda da mãe, Lydia. Os filhos, Elena e Alex, adolescentes criados nos EUA encontram-se sempre no meio das tradições cubanas que a avó não quer que eles percam e faz de tudo para que seja valorizada, enquanto a mãe, separada, busca o sustento da família trabalhando como enfermeira após sair do exército, onde serviu no Afeganistão. A filha, Elena (só eu achei que ela é uma versão mini da atriz Anne Hathaway?), está prestes a completar 15 anos e, como manda a tradição, a mãe e a avó querem que ela tenha sua quinces, a festa de debutante tradicional, mas a garota se recusa por tratar-se de uma tradição com raízes machistas e ela, feminista, não aceita participar de uma coisa assim.
A primeira (e por enquanto única) temporada da série gira basicamente em torno disso, com a família entrando no assunto já no primeiro episódio e voltando a ele nos episódios seguintes, que trazem outros temas como: feminismo (muito), padrões de beleza impostos pela sociedade, estereótipos latinos nos EUA, o drama dos imigrantes ilegais deportados e refugiados, homofobia, diferença salarial entre homens e mulheres, as dificuldades de uma mãe solo, alcoolismo, militares que são esquecidos depois de servir o país, tradições latinas (cubanas especificamente) e o preconceito dentro do contexto americano, com uma pitada de crítica ao governo cubano de Fidel Castro.
Em meio a tudo isso, tem a presença de personagens como o dono do prédio onde eles moram e amigo da família, Schneider, que cumpre as vezes de senhorio, amigo, "pai", motorista e até marido de mentirinha (sem spoiler, mas tem um episódio que ele tenta se fingir de marido e... não funciona). Tem também o Dr. Leslie, chefe da Penelope, que vive em crise com a própria família e meio que se enfia na família dos Alvarez para não se sentir tão sozinho.
Como são episódios curtos, fica meio difícil detalhar mais sem soltar uns spoilers, mas garanto que tudo isso que falei surge em maior ou menor quantidade nos 13 episódios de 30 minutos da série.
Eu vi tudo em poucos dias, até porque os episódios são rápidos e dá pra emendar uns 3 seguidos, pelo menos. E enquanto eu assistia, eu ri demais, eu chorei, eu refleti e terminei o último episódio desejando uma segunda temporada.
É uma série leve e tão gostosa de ver, que já é título recomendadíssimo entre as minhas séries preferidas.
***
Trilha Sonora: tagarelices de família, sons aleatórios e tal.
Nem rodei muito o catálogo da Netflix, vi em destaque nas recomendações pra mim a série One Day at a Time. Li a sinopse, vi o trailer e me interessei.
Comecei a ver e amei!
A série é uma refilmagem de uma outra série de mesmo nome, dos ano 70. Não cheguei a ver a antiga, mas vendo os temas abordados nessa da Netflix, imagino que tenham dado uma modernizada nos temas abordados e no roteiro de forma geral.
É uma sitcom que mostra a rotina de uma mulher, Penelope, filha de uma família cubana, que cuida dos filhos com a ajuda da mãe, Lydia. Os filhos, Elena e Alex, adolescentes criados nos EUA encontram-se sempre no meio das tradições cubanas que a avó não quer que eles percam e faz de tudo para que seja valorizada, enquanto a mãe, separada, busca o sustento da família trabalhando como enfermeira após sair do exército, onde serviu no Afeganistão. A filha, Elena (só eu achei que ela é uma versão mini da atriz Anne Hathaway?), está prestes a completar 15 anos e, como manda a tradição, a mãe e a avó querem que ela tenha sua quinces, a festa de debutante tradicional, mas a garota se recusa por tratar-se de uma tradição com raízes machistas e ela, feminista, não aceita participar de uma coisa assim.
A primeira (e por enquanto única) temporada da série gira basicamente em torno disso, com a família entrando no assunto já no primeiro episódio e voltando a ele nos episódios seguintes, que trazem outros temas como: feminismo (muito), padrões de beleza impostos pela sociedade, estereótipos latinos nos EUA, o drama dos imigrantes ilegais deportados e refugiados, homofobia, diferença salarial entre homens e mulheres, as dificuldades de uma mãe solo, alcoolismo, militares que são esquecidos depois de servir o país, tradições latinas (cubanas especificamente) e o preconceito dentro do contexto americano, com uma pitada de crítica ao governo cubano de Fidel Castro.
Em meio a tudo isso, tem a presença de personagens como o dono do prédio onde eles moram e amigo da família, Schneider, que cumpre as vezes de senhorio, amigo, "pai", motorista e até marido de mentirinha (sem spoiler, mas tem um episódio que ele tenta se fingir de marido e... não funciona). Tem também o Dr. Leslie, chefe da Penelope, que vive em crise com a própria família e meio que se enfia na família dos Alvarez para não se sentir tão sozinho.
Como são episódios curtos, fica meio difícil detalhar mais sem soltar uns spoilers, mas garanto que tudo isso que falei surge em maior ou menor quantidade nos 13 episódios de 30 minutos da série.
Eu vi tudo em poucos dias, até porque os episódios são rápidos e dá pra emendar uns 3 seguidos, pelo menos. E enquanto eu assistia, eu ri demais, eu chorei, eu refleti e terminei o último episódio desejando uma segunda temporada.
É uma série leve e tão gostosa de ver, que já é título recomendadíssimo entre as minhas séries preferidas.
***
Trilha Sonora: tagarelices de família, sons aleatórios e tal.
sábado, 4 de fevereiro de 2017
Tamo aí! Eu acho.
Começo de ano é aquela coisa linda, aquele misto de esperança em dias melhores com confiança nas pessoas e umas boas doses de auto-estima elevada. É gostoso de ver.
Aí chega o primeiro dia útil e você volta a trabalhar, percebe que os problemas de 2016 não se resolveram magicamente na virada da meia noite do dia 31 de dezembro pro dia 1º de janeiro e quem era escroto continua escroto, quem mentia continua mentindo e os serviços até então feitos nas coxas por outra pessoa continuarão sem solução, embora precisem de solução e, olha que delícia, a urgência por essas soluções encontra-se to-di-nha sentada e rebolando no seu colo, buscando se acomodar da melhor forma possível porque, aceite! Agora é tudo problema seu. No caso meu. É isso aí pessoal. Fevereiro recém começou e eu já estou tendo indícios de estresse no trabalho e, quando eu começo a me estressar eu tenho duas reações: no trabalho eu travo e passo a enrolar o máximo que posso para não ter que admitir que não vou conseguir e em casa eu começo a ficar irritada com pouca coisa. Pra quem tem uma família grande e uma filha pequena, isso é um barril de pólvora e eu sou o fósforo prestes a ser riscado. Ontem briguei com a criança (ela mereceu, não estava agindo com muito respeito), mas passei dos limites e levei a um grau um pouco mais alto uma bronca que poderia ter sido apenas uma bronca de rotina. Nos entendemos antes de dormir, porque sempre acabamos fazendo as pazes antes de dormir. Fizemos um acordo de amigas e agora vamos nos ajudar quando a outra estiver passando dos limites. No fim das contas, apesar das dificuldades e de todo o desgaste que rola na maternidade, eu e a Alice somos uma boa dupla. Nossa parceria funciona muito bem e eu não imagino meus dias sem ela. Ainda bem.
Mas teve também um monte de coisas que eu pretendia fazer ontem e não fiz. Teve uma série de verdades inconvenientes que eu acabei falando sem necessidade naquele momento (não retiro o que disse, mas admito que não precisava ter dito) e teve uma Camila indo dormir tarde, mas antes da hora planejada, já que eu planejava umas horas acordada vendo um filme, relaxando, lendo... Mas simplesmente apaguei logo depois que finalmente consegui fazer a criança dormir.
Aquele momento que você percebe que está, novamente, perdendo o controle de coisas que deveria (ou gostaria de) controlar.
Como sou muito boa de conselhos que não sigo, ontem falei pra Alice que o dia não tinha sido muito divertido, mas que hoje ela poderia tentar de novo ter um dia legal. E é verdade, mas só vale pra ela, porque eu tenho certeza que acabei de entrar naquele túnel super estreito e longo da auto-sabotagem que me leva a lugares indesejados. Preciso ir até o fim do túnel agora e depois que puder sair, eu preciso voltar consertando as coisas todas que acabei quebrando no caminho.
É isso aí, essa sou eu. Essa é minha vida. Tá ruim, vai ficar pior, mas depois melhora.
***
Trilha Sonora: Tava curtindo o silêncio até ouvir o som da criança se espreguiçando aqui. O dia começa agora.
Aí chega o primeiro dia útil e você volta a trabalhar, percebe que os problemas de 2016 não se resolveram magicamente na virada da meia noite do dia 31 de dezembro pro dia 1º de janeiro e quem era escroto continua escroto, quem mentia continua mentindo e os serviços até então feitos nas coxas por outra pessoa continuarão sem solução, embora precisem de solução e, olha que delícia, a urgência por essas soluções encontra-se to-di-nha sentada e rebolando no seu colo, buscando se acomodar da melhor forma possível porque, aceite! Agora é tudo problema seu. No caso meu. É isso aí pessoal. Fevereiro recém começou e eu já estou tendo indícios de estresse no trabalho e, quando eu começo a me estressar eu tenho duas reações: no trabalho eu travo e passo a enrolar o máximo que posso para não ter que admitir que não vou conseguir e em casa eu começo a ficar irritada com pouca coisa. Pra quem tem uma família grande e uma filha pequena, isso é um barril de pólvora e eu sou o fósforo prestes a ser riscado. Ontem briguei com a criança (ela mereceu, não estava agindo com muito respeito), mas passei dos limites e levei a um grau um pouco mais alto uma bronca que poderia ter sido apenas uma bronca de rotina. Nos entendemos antes de dormir, porque sempre acabamos fazendo as pazes antes de dormir. Fizemos um acordo de amigas e agora vamos nos ajudar quando a outra estiver passando dos limites. No fim das contas, apesar das dificuldades e de todo o desgaste que rola na maternidade, eu e a Alice somos uma boa dupla. Nossa parceria funciona muito bem e eu não imagino meus dias sem ela. Ainda bem.
Mas teve também um monte de coisas que eu pretendia fazer ontem e não fiz. Teve uma série de verdades inconvenientes que eu acabei falando sem necessidade naquele momento (não retiro o que disse, mas admito que não precisava ter dito) e teve uma Camila indo dormir tarde, mas antes da hora planejada, já que eu planejava umas horas acordada vendo um filme, relaxando, lendo... Mas simplesmente apaguei logo depois que finalmente consegui fazer a criança dormir.
Aquele momento que você percebe que está, novamente, perdendo o controle de coisas que deveria (ou gostaria de) controlar.
Como sou muito boa de conselhos que não sigo, ontem falei pra Alice que o dia não tinha sido muito divertido, mas que hoje ela poderia tentar de novo ter um dia legal. E é verdade, mas só vale pra ela, porque eu tenho certeza que acabei de entrar naquele túnel super estreito e longo da auto-sabotagem que me leva a lugares indesejados. Preciso ir até o fim do túnel agora e depois que puder sair, eu preciso voltar consertando as coisas todas que acabei quebrando no caminho.
É isso aí, essa sou eu. Essa é minha vida. Tá ruim, vai ficar pior, mas depois melhora.
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Trilha Sonora: Tava curtindo o silêncio até ouvir o som da criança se espreguiçando aqui. O dia começa agora.
sexta-feira, 13 de janeiro de 2017
Amor Preferencial
Acostumado a andar sozinho desde que ficou viúvo, vinte e tantos anos atrás, Seu Oswaldo não esperava nunca mais encontrar outra companheira para a vida toda. Ou para o que ainda lhe restava da vida.
Mas ao embarcar no ônibus de costume, a caminho do centro da cidade, para onde ia com frequência resolver as coisas da aposentadoria, jogar dominó com os amigos do clube da terceira idade ou comprar um remédio para uma doença qualquer que ele gostava de achar que tinha para se ocupar com alguma preocupação que ele já não precisava ter naquela fase da vida sempre saudável (os médicos diziam, ele duvidava), Seu Oswaldo avistou, no banco preferencial, a senhorinha mais linda que ele já havia visto nos últimos anos, desde a partida de Dona Esmeralda. Foi amor à primeira vista, apesar da vista já um pouco fraca pela avançada idade. Limpou bem os óculos, tornou a colocar as lentes no rosto e, estufando o peito, pediu licença e sentou-se ao lado dela.
Puxou uma conversa como quem não quer nada, mas sentia-se um adolescente por dentro, frio na barriga e tudo. Ela sorria. Ela sorria com os olhos quando falava! E ele sorria de volta.
A viagem de 40 minutos parece ter passado em 5, tanta coisa ele queria saber, queria conversar...
Deveria descer no próximo ponto, mas decidiu aproveitar que não pagava mais passagem e fez-se de bobo, perdeu o ponto de propósito, torcendo para que ela não desembarcasse no próximo, antes que ele pudesse pelo menos saber o seu nome, como encontrá-la de novo.
Foram até o ponto final de ônibus e o motorista, acostumado a ver sempre Seu Oswaldo naquela linha, mas nunca até aquele destino, interrompeu os dois:
- Ô, vovô! Esqueceu de descer hoje ou veio passear pra essas bandas?
Seu Oswaldo, entre constrangido e humilhado, disse que precisava resolver qualquer coisa ali por perto, não tinha errado o ponto, não e aproveitou a oportunidade para perguntar se a sua nova amiga morava por ali.
A senhorinha respondeu que havia ido visitar uma amiga.
Alceu, o motorista muito esperto e acostumado a ver romances começando em seu ônibus, tratou de adiantar o lado dos dois:
- Então, até amanhã Seu Oswaldo. Amanhã é dia do Sr. ir jogar dominó no clube da terceira idade, né? Já decorei sua agenda. Lá pelas 14:30 eu passo no ponto perto da sua casa. E a senhora, dona Laura, sai tão pouco de casa ultimamente. Ainda mora ali perto da catedral? Já conhece o clube da terceira idade aqui da cidade? Conta pra ela, vovô. Convida ela pra ir lá. Até amanhã, então!
Seu Oswaldo e Dona Laura seguiram em rumos opostos naquela tarde. Mas no dia seguinte, às 14:00, ela já estava dentro do ônibus, aguardando no banco preferencial, ansiosa pelo momento que veria novamente o adorável Seu Oswaldo, por quem ela havia perdido a consulta médica marcada há meses, mas que poderia ser remarcada depois. Ela sentia que teria ainda todo o tempo do mundo para isso. Urgente agora era rever o seu Seu Oswaldo.
***
A ideia e o título desse continho estavam na minha cabeça há muitos anos, sem que eu tivesse sentado para desenvolver direito a história. Até que lembrei dessa notícia aqui e aproveitei o momento de ócio e silêncio raros para resolver esse assunto.
***
Trilha Sonora: Estava ouvindo essa playlist delicinha aqui, feita pela Raquel do Draminha.
Mas ao embarcar no ônibus de costume, a caminho do centro da cidade, para onde ia com frequência resolver as coisas da aposentadoria, jogar dominó com os amigos do clube da terceira idade ou comprar um remédio para uma doença qualquer que ele gostava de achar que tinha para se ocupar com alguma preocupação que ele já não precisava ter naquela fase da vida sempre saudável (os médicos diziam, ele duvidava), Seu Oswaldo avistou, no banco preferencial, a senhorinha mais linda que ele já havia visto nos últimos anos, desde a partida de Dona Esmeralda. Foi amor à primeira vista, apesar da vista já um pouco fraca pela avançada idade. Limpou bem os óculos, tornou a colocar as lentes no rosto e, estufando o peito, pediu licença e sentou-se ao lado dela.
Puxou uma conversa como quem não quer nada, mas sentia-se um adolescente por dentro, frio na barriga e tudo. Ela sorria. Ela sorria com os olhos quando falava! E ele sorria de volta.
A viagem de 40 minutos parece ter passado em 5, tanta coisa ele queria saber, queria conversar...
Deveria descer no próximo ponto, mas decidiu aproveitar que não pagava mais passagem e fez-se de bobo, perdeu o ponto de propósito, torcendo para que ela não desembarcasse no próximo, antes que ele pudesse pelo menos saber o seu nome, como encontrá-la de novo.
Foram até o ponto final de ônibus e o motorista, acostumado a ver sempre Seu Oswaldo naquela linha, mas nunca até aquele destino, interrompeu os dois:
- Ô, vovô! Esqueceu de descer hoje ou veio passear pra essas bandas?
Seu Oswaldo, entre constrangido e humilhado, disse que precisava resolver qualquer coisa ali por perto, não tinha errado o ponto, não e aproveitou a oportunidade para perguntar se a sua nova amiga morava por ali.
A senhorinha respondeu que havia ido visitar uma amiga.
Alceu, o motorista muito esperto e acostumado a ver romances começando em seu ônibus, tratou de adiantar o lado dos dois:
- Então, até amanhã Seu Oswaldo. Amanhã é dia do Sr. ir jogar dominó no clube da terceira idade, né? Já decorei sua agenda. Lá pelas 14:30 eu passo no ponto perto da sua casa. E a senhora, dona Laura, sai tão pouco de casa ultimamente. Ainda mora ali perto da catedral? Já conhece o clube da terceira idade aqui da cidade? Conta pra ela, vovô. Convida ela pra ir lá. Até amanhã, então!
Seu Oswaldo e Dona Laura seguiram em rumos opostos naquela tarde. Mas no dia seguinte, às 14:00, ela já estava dentro do ônibus, aguardando no banco preferencial, ansiosa pelo momento que veria novamente o adorável Seu Oswaldo, por quem ela havia perdido a consulta médica marcada há meses, mas que poderia ser remarcada depois. Ela sentia que teria ainda todo o tempo do mundo para isso. Urgente agora era rever o seu Seu Oswaldo.
***
A ideia e o título desse continho estavam na minha cabeça há muitos anos, sem que eu tivesse sentado para desenvolver direito a história. Até que lembrei dessa notícia aqui e aproveitei o momento de ócio e silêncio raros para resolver esse assunto.
Fonte: Razões Para Acreditar ( ♥ amo esse site ♥ )
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Trilha Sonora: Estava ouvindo essa playlist delicinha aqui, feita pela Raquel do Draminha.
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